O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou em solidariedade ao atacante Luighi, do Palmeiras, vítima de racismo no Estádio Gunther Vogel, no Paraguai. Em publicação nas redes sociais, na tarde desta sexta-feira, 7, o chefe de governo condenou o crime e cobrou medidas das entidades máximas do futebol.
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Luighi foi alvo de ofensas racistas e de cusparada oriundas das arquibancadas durante a vitória do Palmeiras por 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores Sub-20. O jogador deixou o gramado aos prantos.
“Todo apoio ao nosso jovem Luighi, do Palmeiras, vítima de ato racista no Paraguai. O futebol significa trabalho coletivo, superação e respeito. Racismo significa o fracasso da humanidade. Basta de ódio disfarçado de rivalidade. O mundo não pode mais tolerar esse tipo de violência que fere a dignidade e a esperança da nossa juventude”, iniciou Lula.
“A FIFA, a Conmebol e a CBF precisam agir e que os culpados sejam exemplarmente responsabilizados”, completou. A entidade máxima do futebol sul-americano, responsável pela realização da Libertadores, abriu investigação para apurar o caso.
Entrevista pós-jogo
O atacante precisou ser consolado no banco de reservas pelo restante da partida após o caso de injúria racial. Ao fim do jogo, se encaminhou para o espaço reservado às entrevistas com os jogadores e foi questionado sobre o triunfo alviverde. Ele, então, reagiu e confrontou o repórter de campo ao notar que o episódio passaria batido pela imprensa.
“Não, não. Sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? Sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Você não ia perguntar sobre isso né? Não ia. Um crime o que ocorreu hoje. Isso aqui é formação, estamos aqui para aprender”, desabafou o jovem entre lágrimas.
Líder e ativista global na luta contra o racismo, Vini Jr. prestou solidariedade ao atacante e o parabenizou pela postura com os repórteres à beira de campo. “Parabéns pelo posicionamento, mano. É triste, mas fique forte. Vamos juntos nessa luta. Até quando, Conmebol? Vocês nunca fazem nada. NUNCA”, escreveu.
CBF cobra punições energéticas
A Confederação Brasileira de Futebol também emitiu uma nota de repúdio em seu perfil nas redes sociais. Representada pelo presidente Ednaldo Rodrigues, a entidade acionou a Conmebol nesta sexta-feira, 7, pedindo a exclusão do Cerro Porteño da Libertadores Sub-20.
A entidade protocolou o documento e encaminhou cópia da denúncia à Fifa, para que acompanhe o processo. Seu objetivo com a ação é garantir punições desportivas mais severas em casos de racismo – interdição de estádio e exclusão de clubes, além da prisão dos responsáveis.
“É chocante assistir cenas como essas. Racismo é crime e deve ser combatido por todos. Sei do tamanho da dor sofrida pelo Luighi. Basta de racistas no futebol. A CBF vai representar na Conmebol pedindo punições enérgicas”, disse Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.