A semifinal do Campeonato Carioca segue gerando polêmica. Depois de muita reclamação do Vasco da Gama no gol de empate do Flamengo, o comentarista de arbitragem, PC Oliveira, analisou as imagens usadas pela cabine do VAR e ressaltou que elas são inconclusivas.
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Vasco e Flamengo decidiram uma das vagas da final do Campeonato Carioca no último sábado (8/3), no qual o Cruz-Maltino perdeu por 2 a 1. Nuno Moreira abriu o placar no início do primeiro tempo, mas Bruno Henrique e Luiz Araújo viraram a partida, deram a vitória e a classificação para o Rubro-Negro.
Quando o placar do Maracanã apontava a vantagem mínima para o Gigante da Colina, Bruno Henrique interceptou um chute de Arrascaeta e cara a cara com Léo Jardim, não desperdiçou, empatando o confronto. O lance gerou bastante controvérsia, já que as imagens divulgadas pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) não esclarecem se o atacante flamenguista estava em posição regular ou não.
“Visualmente, olhando a imagem parada, mesmo ainda não sendo o frame que o VAR usou, a impressão é que o Bruno Henrique está um pouco à frente em relação ao João Victor. Mas outro detalhe importante dessa imagem é que não conseguimos ver o pé do João. Na imagem parada, para mim, o penúltimo defensor do Vasco é o João, porque essa linha passa bem além do braço do Piton. Por isso acredito que é importante a Ferj mostrar a construção da linha, para sabermos qual foi a referência. Provavelmente, (o VAR) usou outro ângulo para poder identificar a posição do pé, identificou, marcou a posição e depois traçou a linha pela câmera de impedimento. Por essa imagem (da transmissão), não dá para ver o pé do João Victor”, disse o comentarista do Grupo Globo.
Uma das alterações no regulamento do campeonato estadual deste ano em relação a 2024 é a espessura da linha traçada em lances ajustados como o do último sábado. Na última temporada, ela tinha 6 centímetros e passou a ter 12 para favorecer os atacantes, priorizando o maior número de gols. Mas, a mudança não vai acabar com as controvérsias dos jogos, segundo PC Oliveira.
“Passou para 12cm, com o objetivo era beneficiar os atacantes e acabar com os chamados lances ajustados. (…) A gente sempre fala que, independentemente da espessura da linha, dependendo da jogada e como ela se configura, o frame correto que o VAR vai utilizar, sempre vai ter um lance ou outro que vai causar bastante polêmica”, continuou.
O comentarista chamou atenção para a falta de qualidade das imagens que foram disponibilizadas para a checagem do gol. Para ele, além de não ficar claro se o Bruno Henrique estava em posição legal ou não, é necessário que as federações comecem a trabalhar a transparência em toda a fase de análise.
“Agora (se referindo à imagem no telão), já é o ângulo que o VAR utilizou, a bola já não tá escondida no pé do Arrascaeta, provavelmente ele já usou o frame seguinte, porque no anterior não conseguiu identificar o toque na bola. Ele vem para o frame seguinte, repare que a bola já está borrada, em movimento, mas é o frame que ele utilizou. E traça a linha… Olhando essa imagem, gera muita dúvida. Não dá pra ver o pé do João Victor, a linha tá bem grossa, não dá pra determinar exatamente se está pegando a última parte, no inferior da axila. Quando o jogador está inclinado, o VAR vai buscar a última parte do corpo que não é considerada mão. Seria um pouquinho à frente, mas da maneira que ela tá grossa, sem vermos a construção e onde o VAR marcou… Na hora do zoom, a imagem fica mais borrada ainda. Gera dúvidas também em relação à cabeça do Bruno Henrique. É difícil determinar onde está traçada. Os clubes têm essa prerrogativa de ir até a Ferj para que ela demonstre a construção da linha. Que tenha uma divulgação dessa construção”, disse.