Os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro deram um passo importante para reduzir a influência da CBF na organização do torneio. Durante o Conselho Técnico da competição, realizado na sede da entidade, os representantes das equipes aprovaram mudanças técnicas para a edição de 2025, mas, principalmente, iniciaram um movimento para que, a partir de 2027, a organização do campeonato fique sob responsabilidade dos próprios clubes.
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Como parte dessa iniciativa, foi criada uma nova configuração do Conselho Nacional de Clubes (CNC), que agora tem maior peso em decisões comerciais. Flamengo, Fortaleza, Vasco, Internacional e São Paulo compõem o grupo, com o Palmeiras atuando como convidado permanente. O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, destacou que, apesar das dificuldades iniciais, o planejamento é essencial para que a nova estrutura seja implementada com sucesso. “Não faz sentido organizar um campeonato de forma precipitada e acabar criando algo mais bagunçado do que temos hoje”, afirmou.

A relação entre os clubes e a CBF ficou ainda mais tensa após algumas equipes, entre elas o Flamengo, declararem que não farão o repasse financeiro à entidade referente aos contratos comerciais. A decisão se baseia no artigo 160 da Lei Geral do Esporte, e os clubes buscaram retirar do Regulamento Geral de Competições o artigo 113, que prevê essa obrigação. Embora não tenham conseguido, reforçaram a posição de que não efetuarão o pagamento.
Além dessas questões administrativas, o CNC discutiu temas que impactam diretamente a competição, como a utilização de gramados sintéticos, a redução do número de jogadores estrangeiros por equipe (atualmente limitado a nove), a adoção de um fair play financeiro mais rigoroso e a possibilidade de modificar o número de clubes rebaixados por temporada. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, destacou que, apesar de estudos apontarem que os gramados sintéticos não causam danos aos atletas, o tema seguirá sendo analisado.
Entre as mudanças já confirmadas para a temporada de 2025, está a adoção do Protocolo Antirracista da FIFA. O gesto de cruzar os braços em forma de X passa a ser um símbolo oficial contra atos racistas e pode ser utilizado por árbitros, jogadores e oficiais da competição. Além disso, pela terceira vez na história, o Brasileirão será paralisado durante as Datas FIFA, evitando conflitos com o novo formato do Mundial de Clubes, que será disputado entre 15 de junho e 13 de julho nos Estados Unidos.
Outra novidade será a implementação do Sistema de Bolas Múltiplas, já utilizado na Premier League, com 15 bolas distribuídas ao redor do campo para agilizar a reposição do jogo. No setor da arbitragem, um Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais avaliará as decisões dos árbitros. Entre os nomes confirmados estão Nicola Rizzoli, ex-árbitro italiano que apitou a final da Copa do Mundo de 2014, o argentino Néstor Pitana, responsável pela final de 2018, e o brasileiro Sandro Meira Ricci.