Mauro Beting detona ídolo do Corinthians

Escudo do Corinthians na Néo Química Arena (Foto Reprodução/Instagram)

O ex-zagueiro paraguaio Carlos Gamarra gerou polêmica ao minimizar os insultos racistas sofridos por Luighi, atacante do Palmeiras, durante a Libertadores Sub-20. Em entrevista à imprensa de seu país, o ex-jogador relativizou o episódio e disse que a nova geração do futebol é “muito sensível”. A declaração repercutiu negativamente e recebeu críticas do jornalista Mauro Beting.

Na partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, disputada na última quinta-feira (6), Luighi desabafou aos prantos ao afirmar que foi alvo de injúrias raciais por parte de um torcedor do time paraguaio. No entanto, Gamarra minimizou o caso e afirmou que houve apenas uma provocação. “Eu vi as imagens, houve uma provocação do jogador e uma reação lógica dos fãs. Para jogar futebol, é preciso ter caráter. Você não pode chorar porque fazem um gesto para você. É uma geração muito sensível”, declarou o ex-jogador, que teve passagens marcantes por Internacional, Corinthians, Flamengo e Palmeiras.

As palavras de Gamarra geraram forte reprovação, especialmente de Mauro Beting. O jornalista lamentou a postura do ex-zagueiro e classificou a declaração como “a maior falta de sua carreira”. Em suas redes sociais, Beting destacou a decepção com o paraguaio. “O melhor zagueiro paraguaio… O melhor zagueiro corintiano que vi atuar… O segundo melhor zagueiro do Inter… Era uma vez alguém que cometeu a maior falta de sua carreira em uma entrevista”, escreveu o comentarista do SBT e da Jovem Pan.

Beting também citou uma frase do jornalista Ubiratan Leal para reforçar sua crítica. “Gamarra não fazia falta em campo; agora mostra que não faz falta fora de campo”, disparou.

A declaração do ex-zagueiro também foi comentada por Marcos, goleiro pentacampeão do mundo com a Seleção Brasileira. O ex-jogador tentou contextualizar o pensamento de Gamarra, afirmando que as mudanças de geração impactam a forma como situações como essa são vistas.

“Mudança de geração, Mauro. Muitos ainda veem como vitimismo. A gente comia o pão que o diabo amassou nessas competições sul-americanas. Paraguaios aqui também na época eram ironizados, colombianos eram vinculados ao Pablo Escobar, ficavam put** com razão, assim como a gente fica quando vamos pros lados de lá. A conscientização demora um pouco. Gamarra é um grande cara”, comentou Marcos na publicação de Mauro Beting.

O episódio segue repercutindo, com torcedores e especialistas debatendo as falas de Gamarra e o impacto do racismo no futebol sul-americano. A polêmica reforça a necessidade de um combate mais firme a atos discriminatórios dentro e fora de campo.