A declaração de Paulo Buosi direcionada a Luighi, do Palmeiras

Luighi em ação pelo Palmeiras (Foto: Divulgação/Palmeiras)

“Nós somos contra o racismo”, disse Buosi

Na última segunda-feira (17), o vice-presidente do Palmeiras, Paulo Buosi, esteve no Paraguai para o sorteio da fase de grupos da Copa Libertadores de 2025. Pouco tempo depois do episódio de racismo contra Luighi, atacante do sub-20 do Verdão, as equipes caíram na mesma chave.

Palmeiras e Cerro Porteño estão no mesmo grupo da Libertadores 2025. Após o sorteio, Buosi teve uma conversa rápida com o diretor Gustavo Samaniego e o vice-presidente Miguel Carrizosa, da equipe paraguaia, sobre o ocorrido. “Não tem resolvido. Não tem resolvido, correto? Têm que ter ações práticas. Não tenho nada contra o Cerro. Nós somos contra o racismo. Só que tem acontecido muito com o Cerro Porteño”, iniciou Buosi.

Buosi representou o Palmeiras no evento após a presidente Leila Pereira optar por não comparecer ao sorteio, em protesto contra as punições brandas da Conmebol ao Cerro Porteño no caso de racismo contra Luighi. O clube alviverde solicitou uma multa máxima de 400 mil dólares, devido à reincidência do time paraguaio, além de pedir portões fechados na Libertadores sub-20 como medida preventiva e a exclusão do Cerro da competição.

Porém, a Conmebol multou o Cerro em apenas 50 mil dólares, portões fechados na Libertadores sub-20 (onde a equipe foi eliminada em seguida) e uma postagem nas redes sociais com uma mensagem de conscientização, que está cheia de comentários racistas da torcida.

Em conversa com o ge, Paulo Buosi falou sobre o discurso de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, na qual ele admite que as sanções “não são suficientes” na luta contra o racismo no futebol.

“O presidente (da Conmebol) fez um discurso bonito, pena que não traduzem em ações efetivas para acabar com esse grande problema que, eu concordo com ele, a sociedade tem. Mas o futebol é um grande espelho e uma ferramenta para mudar a sociedade. Na América do Sul o futebol tem um peso muito grande, é mais um detalhe ainda que a gente deveria aproveitar para mudar o que a gente consegue mudar na sociedade, para acabar com racismo, discriminação e intolerância”, disse Buosi, que acrescentou:

“A gente acredita que a impunidade é o combustível para novas manifestações racistas, discriminatórias. Enquanto não tiver alguma coisa séria e pesada, infelizmente não vai mudar. Pode fazer comissão, o que for. Enquanto não tiver punição a impunidade vai continuar. Não estou falando o que eu acho, é o que tem acontecido, todos os anos têm se repetido. Enquanto não tiver uma punição exemplar não vai mudar. A gente vai continuar falando, nem que seja sozinho. Temos que dar um basta nisso”, finalizou.