CBF toma atitude para boicotar a Conmebol

Escudo da CBF (Foto: Reprodução)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) boicotou o sorteio dos grupos da Copa Libertadores da América e da Copa Sul-Americana, realizado na segunda-feira (17/3), em Luque, no Paraguai. Inconformado com o posicionamento brando da Conmebol frente aos casos de racismo, Ednaldo Pereira não compareceu ao evento, tampouco enviou um representante.

A Conmebol foi protagonista em dois casos de racismo em um espaço de tempo de pouco mais de dez dias. O primeiro foi na partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, pela Copa Libertadores da América Sub-20, quando o jovem atacante Luighi, do Alviverde, sofreu insultos racistas vindo das arquibancadas do estádio Gunther Vogel.

Como reprimenda à situação, a Conmebol puniu a equipe paraguaia com uma multa de 50 mil dólares, pouco mais de 280 mil reais. A punição não agradou a CBF e decidiu boicotar o evento que sorteou os grupos das competições que a entidade organiza.

A atitude amena fez a CBF ir à Fifa exigindo uma cobrança mais dura da Conmebol frente aos casos de racismo. No entanto, a entidade máxima do futebol mundial ainda não se posicionou sobre o caso.

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, havia discursado em português durante o evento em Luque, tentando se dirigir diretamente aos brasileiros, afirmando o compromisso da instituição com a luta antirracista.

Porém, de acordo com uma publicação do jornal Lance!, Ednaldo Rodrigues não se animou com o posicionamento de Domínguez. O presidente da CBF quer que a Conmebol insira no regulamento das competições que, em casos de racismo, as equipes percam pontos.

O desânimo de Ednaldo Rodrigues se justificou pouco depois que o evento de segunda-feira terminou. Após discursar dizendo intensificar a luta contra o racismo, Alejandro Domínguez respondeu sobre a possibilidade da Libertadores acontecer sem times brasileiros. Ele declarou que algo assim seria impossível, bem como “Tarzan sem Cheeta”.