As ações da Nike registraram uma queda expressiva de mais de 9% na sexta-feira (21 de março), alcançando o menor nível desde a pandemia. O recuo ocorreu após a empresa alertar para uma queda maior do que o esperado na receita do quarto trimestre, o que gerou preocupação entre investidores e analistas de mercado.
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Um dos principais fatores para o desempenho negativo foi a queda de 17% nas vendas trimestrais na China. A redução dos gastos discricionários no país tem impactado diretamente o setor de roupas esportivas, afetando a Nike de maneira significativa. Com isso, a empresa busca acelerar sua recuperação no mercado chinês para mitigar os impactos financeiros.
Elliott Hill, que assumiu a presidência da Nike em outubro, lançou recentemente a estratégia “Win Now” (Vencer Agora), com o objetivo de reconquistar a participação de mercado perdida. O plano inclui fortalecer a presença da marca em cinco cidades estratégicas, como Xangai e Pequim, buscando impulsionar as vendas e a relevância da empresa nesses centros comerciais.
O diretor financeiro da Nike, Matthew Friend, destacou que a companhia precisará de “vários trimestres” para liquidar estoques antigos. Esse processo envolverá descontos agressivos, o que deve impactar negativamente as margens de lucro no curto prazo. A necessidade de readequar os estoques é um dos desafios mais urgentes enfrentados pela companhia.
Com a recente desvalorização, o valor de mercado da Nike caiu abaixo de US$ 100 bilhões pela primeira vez desde março de 2020. Além disso, a empresa já havia sofrido uma queda de 30% em 2024 e acumula uma perda de 5% em 2025, reforçando o momento desafiador enfrentado pela gigante do setor esportivo.
De acordo com analistas do Barclays, a recuperação da Nike não deve ocorrer antes da segunda metade do ano fiscal de 2026. A empresa precisará executar sua estratégia de reposicionamento com eficiência para reverter as perdas e retomar o crescimento sustentável no mercado global.