Três anos após a formalização como SAF, o Botafogo vive um momento de consolidação dentro e fora de campo. A temporada de 2024 foi histórica, marcada pela conquista inédita da Libertadores e pelo terceiro título do Campeonato Brasileiro. Contudo, a diretoria alvinegra entende que o êxito esportivo deve ser acompanhado por avanços estruturais, e, por isso, iniciou um novo ciclo de investimentos voltados à modernização da infraestrutura do clube.
Notícias mais lidas:
De acordo com Thairo Arruda, CEO da SAF, a prioridade de 2025 será a ampliação do centro de treinamentos Espaço Lonier e o início da construção de um novo estádio. “Esse é o ano em que a gente quer começar a desenvolver as infraestruturas do clube que estão bem defasadas. E claro que as obras de CT e as obras do ‘estádio 2’ são de longo prazo, que demoram um, dois ou três anos”, afirmou. O planejamento prevê melhorias como a implantação de seis campos, uma área molhada e um hotel para a concentração dos jogadores, além de integração com as categorias de base.
Enquanto isso, o projeto do chamado “estádio 2” segue em fase inicial. O local ainda não foi definido, mas a proposta é que o espaço receba partidas de menor apelo, jogos do futebol feminino e da base, com capacidade para cerca de 25 mil torcedores. O clube espera também utilizar o novo estádio como alternativa ao Nilton Santos, que poderá ser alugado para grandes eventos e shows, ampliando as fontes de receita. Thairo detalhou: “Queremos destravar esse ano as questões de licenças ambientais, de prefeitura e as financeiras. Já temos o financiamento para começar a fazer as obras”.
Além disso, existe uma iniciativa paralela liderada pela Eagle Holding, empresa de John Textor, que visa criar um centro de treinamentos internacional com clubes parceiros, como o Atlético de Madrid. A proposta é ambiciosa e pretende reunir o maior complexo multiclubes da América Latina. No entanto, a execução está em estágio preliminar, e não há previsão para sua concretização, o que levou o Botafogo a concentrar seus esforços na estruturação do CT atual.
Desde 2022, os dados reforçam a evolução do clube sob o novo modelo de gestão. Houve aumento expressivo de receitas, passando de R$ 570 milhões em 2023, um salto de 258% em relação ao ano anterior. Houve também uma significativa reestruturação administrativa, incluindo a retomada de lojas físicas, novo fornecedor de material esportivo e patrocínio master avaliado em R$ 25 milhões anuais.
A modernização da base foi outro foco do projeto. O clube contratou mais de 100 jovens atletas e vem reforçando sua estrutura de formação, o que sinaliza um cuidado com a sustentabilidade do elenco a longo prazo. Mesmo com o olhar voltado à infraestrutura, o foco esportivo permanece. “Botafogo sempre vai buscar ser competitivo e vencer todas as competições que disputar. Esse é o nosso foco”, destacou Thairo Arruda.