O técnico Gustavo Quinteros vive um momento de transição importante em sua carreira e na vida pessoal. Recém-chegado ao futebol brasileiro, o treinador completa três meses à frente do Grêmio enquanto ainda se adapta à rotina de Porto Alegre e tenta imprimir sua identidade ao time tricolor. Embora os primeiros desafios tenham sido marcados por instabilidade em campo, ele demonstra confiança no trabalho desenvolvido e se diz motivado pelo ambiente que encontrou fora das quatro linhas.
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“É uma cidade muito tranquila, com lugares lindos, parques para passear, lugares para comer, para sair. […] A cidade é muito linda, estamos muito contentes e, bom, tomara que tudo o que possamos fazer com Grêmio possa servir para ficarmos mais tempo”, declarou Quinteros, que divide a rotina com o filho, integrante de sua comissão técnica. A fala, dita com naturalidade, evidencia o lado humano do treinador, que busca equilíbrio entre a exigência profissional e a qualidade de vida. “Estivemos ontem com amigos tomando um café perto de onde vivemos”, completou, revelando momentos simples que ajudam a aliviar a tensão da profissão.
Enquanto ajusta o time após uma reformulação significativa no elenco, Quinteros também lida com o desafio emocional de substituir Renato Portaluppi, ídolo e figura marcante no clube. “Substituir uma figura tão importante é difícil”, admitiu o argentino naturalizado boliviano. Afinal, além de alterar o sistema de jogo e a metodologia, o treinador precisou reconstruir a confiança do grupo em meio à pressão de torcedores e à expectativa da diretoria.
Aliás, o desgaste mental do elenco também entrou no radar da comissão técnica. Após o encerramento do Gauchão, a direção optou por conceder alguns dias de descanso aos atletas. Segundo Quinteros, isso foi fundamental: “O jogador precisa se liberar do tático, do físico, da rotina. Necessita, às vezes, um ou dois dias para carregar as baterias”. A decisão visou preservar a saúde emocional dos jogadores antes do intenso calendário de abril e maio.
Apesar disso, o técnico acredita que o entrosamento ainda precisa ser construído. Reforços como Amuzu, Cristian Olivera e Lucas Esteves chegaram no decorrer da temporada e, conforme ele, ainda carecem de maior sintonia com os demais companheiros. “Esse conhecimento de movimento, de diálogo futebolístico, digamos, é o que nos falta”, explicou.
Em síntese, Gustavo Quinteros vive mais do que uma jornada profissional. O treinador do Grêmio está imerso em um processo de reconstrução — técnica e emocional — que envolve adaptação pessoal, entendimento do futebol brasileiro e a busca por um time que represente verdadeiramente o clube. Acima de tudo, ele aposta no trabalho e no tempo como aliados para transformar o ambiente promissor em resultados concretos.