Palmeiras: Leila se encontra com senadora do Paraguai por luta contra o racismo

Leila Pereira em coletiva - Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Incisiva na cobrança por ações após o caso de racismo contra Luighi no Paraguai, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, se reuniu nesta sexta-feira com a senadora paraguaia Lilian Samaniego para discutir os ataques racistas direcionados ao time alviverde durante a Libertadores Sub-20, no país vizinho. O encontro surge após o clube ter sido alvo de ofensas racistas durante a competição, um problema que ganhou destaque internacional.

Leila Pereira reforçou a posição do Palmeiras em relação ao combate ao racismo e lamentou a falta de resposta da Conmebol e da FIFA às ações da equipe.

“O Palmeiras, sozinho, não vai solucionar o problema do racismo. O que posso dizer é que tomamos medidas muito duras, fomos à Conmebol, entramos em contato com a FIFA, não tivemos resposta ainda”, declarou a presidente.

Ela também enfatizou a gravidade da situação no Paraguai, onde, ao contrário do Brasil, o racismo é tratado como infração e não como crime. No Brasil, a legislação prevê pena de dois a cinco anos para crimes de injúria racial e racismo.

Durante o evento de premiação do Campeonato Paulista, Leila afirmou que não se calará diante da situação.

“Eu não vou me calar e não vou me esquecer jamais o sofrimento não só do Luighi, mas também de todos que passam por essa experiência. Vamos sempre nos manifestar de uma forma muito dura”, completou.

Por sua vez, a senadora Lilian Samaniego se comprometeu a propor um projeto de lei no Paraguai que endureça as punições contra o racismo, transformando-o em crime, ao invés de apenas uma infração. Ela também pediu desculpas ao Palmeiras e destacou que os insultos racistas dirigidos aos jogadores Luighi e Figueiredo não representam o pensamento do povo paraguaio.

“Esses insultos não expressam o pensamento do povo paraguaio”, afirmou a senadora.

Antes de se encontrar com Leila, Samaniego esteve em Brasília, onde conversou com Luiz Barros, chefe de gabinete do Ministério de Igualdade Racial no Brasil, sobre possíveis ações conjuntas para combater a discriminação e a violência. A senadora também mencionou que, em breve, o Cerro Porteño jogará no Brasil, em São Paulo, e o Palmeiras enfrentará o time paraguaio no Paraguai. Ela sugeriu que o encontro servisse para suavizar os ânimos e para promover campanhas de conscientização.

“Em pouco tempo, o Cerro Porteño terá que jogar no Brasil e os jogadores do Palmeiras irão jogar no Paraguai. O objetivo dessa apresentação é baixar os ‘decibéis’, reconhecer nossas falhas e impulsionar campanhas de conscientização”, disse Samaniego.

Leila também se comprometeu a receber o Cerro Porteño de forma cordial no Allianz Parque, prometendo que a delegação paraguaia será bem tratada durante a partida no dia 9 de abril, pela segunda rodada da fase de grupos da Conmebol Libertadores.

Lilian Samaniego, que se tornou a primeira mulher eleita presidente do Partido Colorado em 2011 e está em seu quinto mandato como senadora, demonstrou comprometimento com a causa e com a busca por soluções para enfrentar o racismo no esporte e na sociedade.