A declaração de Ronaldo Fenômeno direcionada a Ednaldo Rodrigues

Ronaldo Fenômeno durante premiação da FIFA (Foto: Reprodução)

Ronaldo Nazário voltou a comentar sobre os rumos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após o encerramento do processo eleitoral que confirmou a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência da entidade. Apesar de ter anunciado sua pré-candidatura no fim de 2024, o ex-atacante não conseguiu reunir os apoios exigidos para formalizar a candidatura e se retirou da disputa.

A eleição para o comando da CBF exige o respaldo de, ao menos, quatro presidentes de federações estaduais e quatro clubes das Séries A ou B. Conforme explicou Ronaldo, apesar das conversas com dirigentes e representantes de clubes e federações, ele não obteve a adesão necessária. “Eu me sentia capaz de contribuir com mudanças no futebol brasileiro”, afirmou durante participação em um programa televisivo.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, em entrevista coletiva da seleção brasileira feminina (Foto: Thais Magalhães/CBF)

O ex-jogador, que atualmente atua como empresário no futebol, evitou qualquer tom de rivalidade com Ednaldo Rodrigues. “Ele não é meu inimigo, não sou inimigo dele”, declarou, ao mesmo tempo em que enfatizou a necessidade de reformulações no futebol nacional. “O futebol brasileiro está parado há muito tempo”, disse. Para ele, faltam investimentos em áreas estruturais como o desenvolvimento de treinadores, o futebol feminino e as categorias de base.

Ainda que não tenha participado diretamente da eleição, Ronaldo afirmou que seguirá envolvido nos debates sobre o esporte no país. Segundo ele, sua postura será de oposição, “mas dentro dos limites”. Em suas palavras, não pretende adotar uma conduta de enfrentamento. “Muitos esperam que eu seja uma oposição massacrante, oportunista. Eu não vou fazer isso”, afirmou. “Quero continuar ajudando e estou à disposição, inclusive, para participar de comissões.”

Ronaldo também comentou o cenário atual dos clubes brasileiros, avaliando que há uma tendência de evolução. Entretanto, ele destacou que esse processo exige apoio da entidade máxima do futebol nacional. “Os clubes estão indo numa direção boa. Precisam de um empurrão da CBF para evoluir mais rápido”, opinou. Assim, defendeu que o futebol brasileiro encare seus problemas com seriedade e disposição para mudanças. “A gente precisa aceitar que o momento não é bom, fazer autocrítica e buscar soluções”, finalizou.

A fala do ex-jogador expõe, portanto, uma preocupação constante com a estagnação do futebol no país. Sem cargo na CBF, mas com voz ativa no meio esportivo, Ronaldo pretende manter-se atuante no debate, cobrando, sugerindo e contribuindo com o desenvolvimento do esporte nacional.