O São Paulo inicia sua trajetória na Libertadores pressionado e sob olhares desconfiados. A equipe, que estreia na fase de grupos diante do Talleres, enfrenta um momento delicado no início da temporada, especialmente em relação ao trabalho do técnico Luis Zubeldía. A atuação recente contra o Sport, pelo Campeonato Brasileiro, expôs uma série de falhas que aumentaram a insatisfação dos torcedores.
Notícias mais lidas:
O empate sem gols no Morumbis, no último sábado (29 de março), foi marcado por vaias e protestos vindos das arquibancadas. A reação negativa da torcida foi potencializada pela eliminação anterior no Campeonato Paulista, diante do Palmeiras, ainda na fase semifinal. A expectativa era de evolução no desempenho, principalmente após 18 dias de preparação até a estreia no Brasileirão. Contudo, o que se viu foi um time sem criatividade ofensiva e sem consistência nas ações coletivas.
Zubeldía, que chegou ao clube para tentar estabilizar um ambiente conturbado após a demissão de Thiago Carpini, acumula 14 jogos no comando em 2025. Até aqui, são seis vitórias, quatro empates e quatro derrotas, o que representa um aproveitamento de 52,4%. Apesar de estar acima da média de outros técnicos que passaram recentemente pelo clube, os números não se refletem em tranquilidade. “O que preocupa é a falta de evolução”, dizem vozes internas da diretoria.
Parte das críticas se concentra nas escolhas feitas pelo treinador, principalmente em relação ao aproveitamento dos jogadores formados nas categorias de base. O meia Alves, por exemplo, era a expectativa de substituição para Oscar no setor de criação diante do Sport. Porém, Zubeldía optou por uma formação mais cautelosa, escalando o volante Marcos Antônio ao lado de Luiz Gustavo e Alisson. A decisão foi mal recebida por parte da torcida, que cobra mais espaço para jovens atletas como Ryan Francisco, promovido após a conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior, mas com apenas cinco partidas disputadas em 2025.
Conforme o cenário atual, o confronto diante do Talleres representa mais do que apenas três pontos na competição continental. O adversário argentino já foi responsável por encerrar os trabalhos de dois técnicos tricolores na história recente. Em 2019, a eliminação precoce para o Talleres derrubou André Jardine. Em 2024, nova derrota em Córdoba resultou na saída de Thiago Carpini. A reincidência desse histórico amplifica a tensão sobre Zubeldía.
A comissão técnica ainda tem dúvidas quanto à presença de Oscar, que se recupera de lesão na coxa esquerda. Caso esteja apto, o meia poderá ser uma alternativa importante para um time que precisa, acima de tudo, reencontrar competitividade. Afinal, o jogo desta quarta-feira (02 de abril), às 21h30 (horário de Brasília), tem peso simbólico e prático para o momento do São Paulo na temporada.
