A principal torcida organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel, decidiu reagir à recente punição imposta pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. A decisão, acolhida pela Federação Paulista de Futebol (FPF) por meio da Portaria nº 093/25, impede que integrantes das torcidas organizadas frequentem os estádios com vestimentas ou objetos que os identifiquem. A medida vale até o fim do ano e provocou forte reação da Gaviões e da Camisa 12.
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Conforme anunciado pela Gaviões da Fiel, o protesto já teve início na partida contra o Huracán, da Argentina, pela estreia do Corinthians na Copa Sul-Americana. Os torcedores foram incentivados a marcar presença na Neo Química Arena utilizando a chamada “camisa da proibição”, uma peça inteiramente preta, sem o tradicional emblema da organizada, ostentando apenas o escudo do clube.
“Já na partida de hoje estaremos nas arquibancadas apoiando o Corinthians durante os 90 minutos com a camisa da proibição”, declarou a torcida em nota publicada nas redes sociais. A mobilização incluiu o apelo para a formação de um “mar negro” nas arquibancadas, pedindo que torcedores evitassem bonés coloridos e camisas que pudessem sugerir vínculo com bairros ou regiões específicas.
Além da Gaviões, a Camisa 12 também se manifestou publicamente, classificando a punição como genérica, desproporcional e contrária a preceitos constitucionais. A organizada alegou que a medida “viola a liberdade de associação, o direito ao lazer e ao devido processo legal”, uma vez que não individualiza as condutas supostamente ilícitas, atingindo coletivamente milhares de torcedores pacíficos.
A decisão da FPF decorre do uso de sinalizadores durante a final do Campeonato Paulista, fato que teria motivado a recomendação do Ministério Público. Apesar disso, as torcidas afirmam que já estão buscando medidas legais cabíveis para contestar a sanção. “Quanto à proibição, nosso departamento jurídico já está avaliando a situação”, disse a Gaviões da Fiel.
Historicamente, essa não é a primeira vez que as organizadas enfrentam sanções desse tipo em São Paulo. Em 1997, a Justiça chegou a determinar a extinção da Gaviões da Fiel. Em 2012, proibições semelhantes foram adotadas, reafirmando um histórico de tensões entre autoridades e torcidas organizadas.
Por fim, as organizadas reafirmaram seu compromisso com um futebol democrático e seguro, mas alertaram que medidas como essa representam, segundo elas, uma tentativa de criminalizar a manifestação cultural dos torcedores. Ambas prometeram continuar atuando dentro dos meios legais para reverter a decisão da FPF.
