Oswaldo de Oliveira, aos 74 anos, segue ativo, embora afastado dos gramados desde 2019. Sem anunciar aposentadoria, o técnico reconhece que o distanciamento do futebol está ligado, principalmente, às suas resistências quanto à interferência de dirigentes e empresários no comando técnico das equipes. “O telefone não tocou mais”, declarou, ao apontar que seu perfil firme incomodou parte da cartolagem.
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Segundo o treinador, muitos dos problemas surgiam quando ele se recusava a aceitar imposições externas. “O dirigente quer interferir, mandar no time, escalar, contratar quem ele quer”, afirmou. Para Oswaldo, essa postura crítica fez com que seu nome deixasse de ser lembrado nas conversas sobre contratações, mesmo após décadas de serviços prestados ao futebol.
Ainda conforme relatou, era comum lidar com tentativas de ingerência direta, inclusive baseadas em repercussões nas redes sociais. “Já vi dirigente com celular na mão vendo o que os torcedores estavam dizendo para confrontar o treinador. Isso é o fim do mundo”, criticou. Para ele, há dirigentes que encaram o futebol à distância, como se estivessem observando um aquário, sem vivenciar a real pressão do ambiente esportivo.
Oswaldo também comentou sobre a distorção de uma de suas falas em entrevistas anteriores, quando criticou a facilidade de acesso de técnicos estrangeiros ao mercado brasileiro. “Fizeram uma edição e pareceu que eu era contra portugueses, mas o que eu critiquei foi a disparidade de exigências”, explicou, reforçando que o problema está na falta de critério e não na origem dos profissionais.
Apesar de tudo, ele garante que não guarda mágoas, mas reforça o impacto que essas circunstâncias tiveram em sua trajetória recente. “Criei algumas antipatias por não aceitar determinadas coisas”, admitiu. Ainda assim, Oswaldo se diz preparado e disposto para voltar a contribuir com o futebol.
“Tenho muito a oferecer. A experiência precisa ser valorizada”, concluiu.
