A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o Internacional e a equipe de arbitragem da partida contra o Sport, válida pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro Feminino, por conta de um episódio de racismo ocorrido no Beira-Rio. Um pedaço de banana foi arremessado em direção ao banco de reservas do time pernambucano, gerando repercussão e cobranças de medidas institucionais.
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A denúncia atinge diretamente a árbitra Cássia Franca de Souza, as assistentes Ariela Duarte da Silveira e Estefani Adriati Estrela da Rosa, e a quarta árbitra Andressa Hartmann. Elas responderão por omissão na aplicação do Protocolo Antirracista previsto no Regulamento Geral de Competições da CBF. É a primeira vez, desde a implementação do protocolo em maio de 2024, que integrantes da equipe de arbitragem são formalmente denunciadas por esse tipo de conduta.
As profissionais poderão ser julgadas por infração ao artigo 261-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de negligência no cumprimento das funções. A pena prevista inclui suspensão de 15 a 90 dias e multa.
A Procuradoria argumenta que há “fortes indícios” de que a arbitragem foi alertada pelas jogadoras do Sport sobre o ato racista, mas que não houve adoção das medidas previstas no Protocolo Antirracista, como a paralisação do jogo ou a comunicação ao público. A atacante Lindy, do Sport, relatou dificuldade para ser ouvida. “A gente teve que gritar muito para a quarta árbitra dar atenção pelo que aconteceu. Em pleno 2025, não podemos tolerar esse tipo de atitude”, afirmou.
O Internacional também foi denunciado, com base em três artigos do CBJD, por atos discriminatórios e por não comunicar oficialmente à Justiça Desportiva o nome da atleta responsável. O clube confirmou no dia seguinte ao jogo que uma jogadora da base havia arremessado a banana e anunciou a rescisão do contrato da atleta.
A Procuradoria pediu que o clube gaúcho seja punido com a perda de três pontos no Brasileirão Feminino e multa de R$ 100 mil. Preventivamente, o presidente do STJD já aplicou a sanção de perda de três mandos de campo.
O Protocolo Antirracista obriga árbitros a interromperem partidas em casos de racismo e a seguirem uma sequência de medidas, que vão desde alertas ao público até a suspensão definitiva do jogo, se necessário. O julgamento do caso ainda será agendado.
