A recente diretriz divulgada pela Comissão de Arbitragem da CBF, que estabelece punição com cartão amarelo para jogadores que subirem na bola com os dois pés durante partidas, gerou forte repercussão negativa fora do Brasil. O jornal argentino Olé não poupou críticas e classificou a nova regra como “insólita”, destacando o impacto da decisão nos costumes e nas jogadas tradicionais do futebol brasileiro.
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A instrução, enviada por ofício a todas as federações e clubes filiados, determina que a atitude será punida com tiro livre indireto e advertência ao jogador. No documento, a entidade afirma: “A Comissão de Arbitragem da CBF orientou os árbitros que, ao identificar a atitude outrora citada [jogador subir na bola com os dois pés], deverá sancioná-la com um tiro livre indireto a favor da equipe adversária, a ser cobrado no local da infração, e advertir o infrator com cartão amarelo.”
Embora a medida tenha sido justificada pela CBF como uma tentativa de preservar a integridade do jogo e evitar gestos considerados provocativos, a decisão foi amplamente contestada, sobretudo nas redes sociais. Aliás, entre os críticos estão nomes de peso do futebol internacional, como Memphis Depay e Neymar.
Conforme apontado pelo Olé, a medida chama atenção por interferir em um tipo de lance que, ainda que simbólico, sempre esteve presente em partidas com clima acirrado ou de domínio técnico. O jornal argentino questionou se a nova postura da arbitragem brasileira não estaria enfraquecendo a essência criativa e provocadora que historicamente marcou o futebol no país.
Impacto negativo
Embora ainda seja cedo para mensurar o impacto prático da medida dentro das quatro linhas, é evidente que a mudança não foi bem recebida por parte da comunidade esportiva, tanto nacional quanto internacional. Afinal, trata-se de uma ação que, além de alterar a interpretação de um gesto tradicional, afeta diretamente a liberdade dos jogadores em campo.
Em resumo, a nova regra da CBF abriu um debate relevante sobre até que ponto a regulamentação do futebol pode interferir em aspectos culturais do esporte. Enquanto isso, a reação de jogadores e da imprensa estrangeira reforça o quanto o futebol é, acima de tudo, expressão e identidade — algo que nem sempre cabe dentro de normas rígidas.
Regra no futebol sul-americano
A CBF ressaltou que a orientação já está sendo aplicada em competições como a Libertadores e a Sul-Americana, e que os clubes brasileiros foram oficialmente informados para que evitem punições aos seus atletas. A nova conduta, portanto, não se limita ao território nacional, refletindo uma padronização em torneios internacionais. Apesar da resistência por parte dos jogadores, a entidade mantém o posicionamento, reafirmando seu compromisso com a uniformidade das regras no cenário global.
