Atualização sobre julgamento de Lucas Paquetá, alvo do Flamengo

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O desdobramento do processo que envolve Lucas Paquetá, meia do West Ham e revelado pelas categorias de base do Flamengo, segue sem definição. O jogador brasileiro, acusado pela Federação Inglesa de Futebol (FA) por má conduta relacionada a apostas esportivas, teve seu julgamento adiado em razão da complexidade do caso.

A audiência, iniciada em 17 de março, tinha previsão inicial de durar três semanas. Contudo, conforme reportagens publicadas nesta segunda-feira (07), o painel responsável não conseguiu concluir os procedimentos dentro do prazo estipulado. O adiamento ocorreu também porque os advogados envolvidos possuem outros compromissos marcados. Com isso, o julgamento não deverá ser retomado antes de junho, segundo informações do jornal britânico The Guardian.

As acusações contra Paquetá estão centradas em quatro partidas da Premier League, disputadas entre novembro de 2022 e agosto de 2023. Os jogos em questão foram contra Leicester, Aston Villa, Leeds United e Bournemouth. Segundo a FA, o meia teria buscado receber cartões amarelos de maneira deliberada para beneficiar apostadores, o que configuraria uma violação da Regra E5.1 da entidade.

Novos elementos e possíveis agravantes

Além das acusações originais, o jogador passou a responder por uma possível tentativa de obstrução da investigação. Conforme relatado pelo The Sun, enquanto seu celular estava em posse da FA, Paquetá teria utilizado outro aparelho para se comunicar. Após a devolução do celular oficial, o atleta teria descartado o dispositivo “reserva”, o que pode ser interpretado como tentativa de interferir no andamento da apuração. Esses elementos, se confirmados, podem aumentar a severidade da punição.

Embora o regulamento disciplinar da FA não determine faixas específicas de penalização para a Regra E5.1, casos envolvendo uso de informação privilegiada para apostas podem resultar em sanções que vão desde multas e suspensões até o banimento definitivo do futebol. A federação, aliás, solicitou o banimento do atleta, medida que, se aplicada, impediria Paquetá de seguir sua carreira no esporte.

Etapas recursais e postura do jogador

Paquetá e seus representantes ainda poderão recorrer de uma eventual condenação em duas instâncias: primeiro, no Comitê de Apelações da própria FA e, em seguida, na Corte Arbitral do Esporte (CAS), com sede na Suíça. Assim sendo, uma decisão definitiva pode levar mais de um ano para ser conhecida. Enquanto isso, o meia segue apto a atuar normalmente por seu clube.

Em comunicado público emitido após o início do processo, o jogador reafirmou sua inocência. “Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes nove meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome. Devido ao processo em andamento, não fornecerei mais comentários”, afirmou Paquetá.

A decisão de adiar o julgamento, portanto, representa mais um capítulo na complexa disputa jurídica que pode, eventualmente, alterar o rumo da carreira do atleta brasileiro.