A decisão da CBF de punir jogadores que “subirem na bola” durante as partidas gerou forte repercussão entre atletas e ex-jogadores. Em nota divulgada neste domingo (6), a Comissão de Arbitragem da entidade afirmou que a nova diretriz segue orientação da Conmebol, que também adotou a medida nas competições continentais.
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De acordo com o comunicado oficial, a CBF publicou o Ofício 964/2025 na última sexta-feira (4), determinando que árbitros punam com cartão amarelo e tiro livre indireto os jogadores que, com os dois pés sobre a bola, demonstrem “provocação” ao adversário. A orientação já está em vigor em torneios organizados pela Conmebol, como a Libertadores e a Sul-Americana, e também foi aplicada no Campeonato Sul-Americano Sub-17, onde dois atletas – um brasileiro e um boliviano – foram advertidos por esse motivo.
Segundo o diretor de arbitragem Rodrigo Cintra, o objetivo da publicação foi orientar clubes e árbitros, inclusive os envolvidos em competições internacionais. “A Comissão de Arbitragem tornou pública a instrução, para orientar a todos os clubes e árbitros participantes das competições coordenadas pela CBF, sobretudo contribuindo com os clubes brasileiros que disputam as competições coordenadas pela Conmebol”, disse a entidade.
A decisão, no entanto, não foi bem recebida por grande parte da comunidade do futebol. Entre os principais críticos está Neymar. O camisa 10 do Santos classificou a nova regra como mais uma tentativa de tirar a essência do jogo. “O futebol está ficando cada vez mais chato, muito nhênhênhê”, publicou em suas redes sociais.
O holandês Memphis Depay, que atuou pelo Atlético-MG na final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, também questionou a medida. “Eles preferem criar regras como não poder subir na bola. Do que estamos falando? Se continuarmos assim, quem decide as coisas do futebol está fazendo as coisas erradas”, disse em entrevista ao Prime Video.
Outros nomes importantes do futebol brasileiro também se manifestaram. Felipe Melo foi direto ao criticar a prioridade da entidade. “Será que não temos outras coisas mais importantes para nos preocupar do que poder ou não pisar na bola? É uma bizarrice”, afirmou o volante, que ainda defendeu a manutenção da “alegria de jogar futebol” como característica marcante do futebol brasileiro.
O ex-jogador Denilson, campeão mundial em 2002, também se posicionou contra a nova regra. Para ele, decisões como essa contribuem para a perda de identidade dos jogadores. “Mais uma para tirar a graça do nosso futebol”, disse. “Na vida, e mais especificamente no futebol, você precisa ter controle emocional porque o adversário vai fazer de tudo para tirar você do sério. Agora punir quem sobe na bola?”
