A declaração de Galvão Bueno sobre o escândalo da CBF

Galvão Bueno (Foto: Divulgação)

O narrador Galvão Bueno usou seu espaço na nova programação da Band para criticar duramente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em sua atração na emissora, o apresentador solicitou que o Ministério Público (MP) abra uma investigação formal contra a entidade. A declaração foi motivada pelas recentes polêmicas envolvendo a denúncia explosiva da Revista Piauí contra Ednaldo Rodrigues.

“É politicagem demais, é política que mata o futebol. É uma vergonha, uma indecência, uma imoralidade o que estão fazendo com o futebol brasileiro”, afirmou Galvão. O comunicador apontou que a CBF precisa ser investigada com urgência e de forma profunda.

Segundo ele, as decisões tomadas por dirigentes da entidade têm comprometido o andamento das competições, principalmente no que diz respeito à condução das federações e da arbitragem. “A CBF precisa ser investigada. Tem que haver uma devassa completa”, declarou.

“Eu acho que essa reportagem que saiu, essas denúncias que foram feitas, elas exigem uma investigação e exigem uma participação do Ministério Público. Então, o Ministério Público tem obrigação de abrir uma enquete sobre isso ou de agir da forma da lei, não sou advogado pra falar as palavras corretas aqui, pra tentar resolver esse problema. Ministério Público, por favor, em nome do futebol brasileiro”, cobrou o apresentador.

Revista Piauí expõe CBF

Uma reportagem recente publicada pela revista Piauí trouxe à tona uma série de denúncias envolvendo Ednaldo Rodrigues, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de 71 anos. Conforme revelado, o dirigente teria utilizado recursos da entidade para custear luxos pessoais e de aliados políticos durante a Copa do Mundo do Catar, além de ser alvo de acusações graves por ex-funcionários.

Ednaldo Rodrigues promoveu uma verdadeira operação de hospitalidade com verba da CBF. Durante o Mundial realizado no Catar, em 2022, pelo menos 49 brasileiros foram agraciados com passagens em primeira classe, hospedagem em hotéis cinco estrelas e cartões corporativos com limite diário de R$ 2,5 mil.

Entre os beneficiários estariam o deputado federal José Alves Rocha (União Brasil-BA) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ambos convidados a participar da comitiva. O parlamentar baiano teria viajado acompanhado de sua esposa, enquanto o senador levou sua namorada.

Salários elevados e cortes na formação de árbitros

Apesar de o presidente da entidade receber um salário de R$ 1 milhão mensais, a matéria aponta que ele ainda teria autorizado, por meio de decisão própria, aumentos salariais significativos para outros dirigentes da CBF. Os vencimentos mensais de alguns cartolas teriam saltado de R$ 50 mil para R$ 215 mil.

Em contrapartida, áreas técnicas importantes da confederação sofreram cortes. Uma das mais afetadas, conforme destaca a revista, foi o setor de arbitragem. “Agora, os árbitros estão sendo treinados por videoconferência. É como se um clube contratasse um técnico europeu para treinar o time à distância. Não tem cabimento”, declarou à Piauí um árbitro que preferiu não se identificar.

Acusações trabalhistas e denúncias de assédio

Além da polêmica sobre o uso dos recursos da confederação, Ednaldo Rodrigues é alvo de uma ação trabalhista movida pela arquiteta Luísa Xavier da Silveira. No processo, ela o acusa de assédio moral durante o período em que trabalhou para a CBF.

Ainda segundo a reportagem, Luísa também apresentou acusações de assédio sexual contra dois ex-integrantes da confederação: Rodrigo Paiva, ex-diretor de comunicação — que nega as acusações — e Arnoldo de Oliveira Nazareth Filho, ligado à Federação Amazonense de Futebol. Este último não apresentou resposta às alegações até a publicação da matéria.