Em entrevista ao jornal francês L’Équipe, Ronaldinho Gaúcho fez uma análise sobre a trajetória de Neymar no Paris Saint-Germain, destacando o impacto das lesões como fator determinante para os desafios enfrentados pelo compatriota no clube francês. Conforme explicou, o atual camisa 10 da Seleção Brasileira teve, sim, um desempenho de destaque, mas foi prejudicado por problemas físicos que impediram uma continuidade maior em campo.
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“Ney escreveu uma grande história, mas teve azar com lesões”, afirmou Ronaldinho, que também já atuou pelo PSG entre 2001 e 2003. A fala revela um sentimento de frustração moderada, mas compreensiva, a respeito do que poderia ter sido uma passagem ainda mais marcante do atacante brasileiro pela equipe de Paris.
Uma marca relevante, apesar das adversidades
Neymar acumulou 173 jogos, 118 gols e 70 assistências em sua trajetória pelo PSG. Por lá, ainda conquistou 13 títulos, entre eles cinco edições do Campeonato Francês e três da Copa da França. Ainda assim, conforme salientado por Ronaldinho, ficou a impressão de que o atacante poderia ter alcançado um legado ainda mais significativo, não fosse o alto número de contusões.
“Ele conseguiu deixar seu nome na história do clube, mas as lesões atrapalharam um desempenho ainda mais marcante”, ponderou R10.
Aliás, o craque, popularmente conhecido como “Bruxo”, também mencionou Lionel Messi ao refletir sobre a influência de ambos no PSG. Embora o argentino tenha tido uma passagem mais curta, Ronaldinho reforçou que ele também deixou sua marca no clube, principalmente por ter conquistado a Bola de Ouro durante esse período.
Dembélé e o estilo “brasileiro”
A entrevista, realizada na mesma semana em que se comemorou o vigésimo aniversário da Bola de Ouro conquistada por Ronaldinho em 2005, ainda trouxe reflexões sobre outros nomes do futebol atual. Um dos destaques foi Ousmane Dembélé, que atualmente integra o elenco parisiense.
“Não gosto de comparar muito”, disse Ronaldinho ao comentar quem mais o lembra em campo. “Mas tem o Dembélé. Gosto muito dele. Ele tem um estilo meio brasileiro. Ele finge, inventa, provoca. É frequentemente ilegível e, além disso, marca muitos gols”. Segundo ele, o francês tem assumido um papel diferente daquele que exercia no próprio PSG anteriormente ou no Barcelona.
Relação pessoal e admiração mútua
Ronaldinho ressaltou, ainda, a proximidade pessoal com Neymar e Messi, descrevendo-os como “grandes amigos”. De acordo com ele, há um sentimento positivo ao ver que os dois atuaram em clubes pelos quais ele próprio tem forte identificação: “Fico feliz que eles tenham jogado pelos mesmos clubes que eu amava”.
Inegavelmente, a fala de Ronaldinho traz à tona uma avaliação realista sobre os altos e baixos da carreira de Neymar no PSG. Ao mesmo tempo, ela evidencia o respeito e carinho que o ex-jogador mantém pelos atletas que seguiram seus passos na Europa.