Mais de uma década depois do episódio que marcou profundamente sua carreira, Alexandre Pato voltou a comentar o pênalti desperdiçado contra o Grêmio, pelas quartas de final da Copa do Brasil de 2013. Em entrevista recente ao ‘Um assado para…’, do Youtube, o atacante revelou bastidores da decisão que tomou naquele momento e os impactos que o lance teve tanto no ambiente interno do Corinthians quanto em sua trajetória profissional.
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Na ocasião, o Corinthians disputava uma vaga nas semifinais da competição nacional. A decisão foi para os pênaltis após igualdade no tempo regulamentar. Coube a Pato bater a última penalidade, que, com frieza, escolheu executar uma cavadinha. Contudo, o goleiro Dida, experiente e conhecido por seu histórico de boas atuações em cobranças de pênalti, permaneceu em pé até o último instante e defendeu com facilidade. Com isso, o Grêmio garantiu a classificação.
Treinamento e análise prévia
Pato explicou que a decisão pela cavadinha não foi aleatória. Conforme revelou, havia treinado esse tipo de batida dias antes, enfrentando o goleiro Danilo Fernandes nos treinos. “No dia anterior, dois, três (dias antes), eu bati todos de cavada no Danilo. Ele não pegou um”, afirmou. O atacante ainda detalhou que seu plano incluía uma análise prévia sobre Dida: “O Dida se abaixa muito, vai muito rápido na bola. Vou tentar surpreender ele se tiver um pênalti.”
Apesar disso, o resultado foi o oposto do planejado. Segundo ele, a cobrança foi mal executada, e o plano falhou. Pato, revelado pelas categorias de base do Internacional e com passagem por clubes como Milan e São Paulo, reconheceu o erro. “Foi um caos. Eu errei, nós saímos fora, foi polêmico, torcida muito chateada”, desabafou.
Alexandre Pato, no podcast "Um Assado para…", do jornalista Duda Garbi, sobre o pênalti perdido contra o Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil de 2013.
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) April 7, 2025
“Foi um caos”
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Consequências internas e arrependimento
O erro gerou repercussão negativa imediata entre torcedores e também nos bastidores do clube. Apesar de boatos de que companheiros teriam se irritado a ponto de ameaçar agressão, Pato desmentiu qualquer confronto direto. “Se quiseram me bater, nunca chegou em mim. Eu estava sentado no meu canto, chorando… talvez, no canto pensou que queria, mas não chegou em mim”, relembrou.
O episódio, segundo ele, comprometeu seu espaço no elenco. Pouco tempo depois, o atacante deixou o clube. Em retrospectiva, ele não crava se repetiria a cavadinha, mas deixou clara sua reflexão atual: “Se me perguntam se eu faria de novo, eu não sei. Mas se volto no mesmo momento, eu teria chutado da forma que eu chuto meus pênaltis.”