Atitude da diretoria do Palmeiras chama atenção

Allianz Parque, estádio do Palmeiras (Foto: Reprodução/Palmeiras)

A partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, marcada para esta quarta-feira (09 de abril), às 21h30 (horário de Brasília), no Allianz Parque, terá um ingrediente extra fora das quatro linhas. Contudo, diferentemente do que muitos torcedores esperavam, não haverá uma ação contundente por parte da Conmebol contra o racismo, apesar do histórico recente envolvendo o clube paraguaio.

O único gesto previsto pela organização será uma breve união dos jogadores de ambas as equipes no centro do gramado. Conforme o protocolo da Conmebol, atletas se posicionarão na meia-lua do círculo central, voltados para as câmeras, durante 20 segundos, encerrando o ato com um apito simbólico. A entidade considera essa ação como uma “mensagem clara de repúdio à discriminação, racismo e violência”.

Luighi em ação pelo Palmeiras (Foto: Divulgação/Palmeiras)

A ausência de uma manifestação mais enfática ganha ainda mais destaque diante da possível presença de Luighi entre os relacionados do Palmeiras. O jogador foi alvo de injúrias raciais em partida da Libertadores Sub-20 contra o próprio Cerro Porteño. Ainda assim, a Conmebol manteve a mesma diretriz já aplicada na primeira rodada do torneio principal.

O Palmeiras, por sua vez, informou que está impedido de promover ações por conta própria durante partidas da Libertadores. Isso ocorre porque os jogos pertencem à organização da Conmebol, que veta manifestações não autorizadas, sob pena de multa. Situação semelhante ocorreu anteriormente, quando o clube não pôde prestar homenagem ao atacante Endrick em sua despedida após confronto contra o San Lorenzo.

Aliás, as tensões entre os clubes não são recentes. Após o sorteio da fase de grupos, Paulo Buosi, vice-presidente do Palmeiras, protagonizou uma conversa mais ríspida com Juan José Zapag, presidente do Cerro Porteño. Embora relatos de bastidores tenham apontado um “clima bélico” no encontro, as imagens divulgadas não sugerem hostilidade explícita entre os dirigentes.

Enquanto isso, a expectativa dos torcedores é de que o confronto dentro de campo seja resolvido com futebol. Fora dele, permanece a frustração pela falta de um posicionamento mais enérgico da principal entidade do futebol sul-americano em relação a episódios que exigem respostas firmes. Afinal, gestos simbólicos não substituem ações concretas.