A atuação de André Carrillo diante do América de Cali, nesta terça-feira (08), reforçou a percepção de que o peruano é uma peça vital no atual elenco do Corinthians. Walter Casagrande foi enfático ao afirmar que o meio-campista “é o jogador mais crucial” do Timão neste início de temporada.
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“O único cara que dá dinâmica no jogo é o Carrillo. Ele tem essa característica: pega, toca, sai e se apresenta”, declarou Casagrande, ao comentar sobre o empate alvinegro na Sul-Americana. A fala do ex-atacante escancara a dependência técnica do elenco em relação ao meia, que tem papel fundamental não apenas na construção ofensiva, mas também na mobilidade e organização tática da equipe.
Aliás, Casão comparou Carrillo ao estilo de Toninho Cerezo — não em qualidade técnica, mas na maneira como ambos imprimem movimentação ao setor central. Ainda de acordo com ele, o Corinthians se torna previsível e carente de fluidez sem o atleta. “Sem o Hugo no gol, sem Garro, sem Memphis, com Yuri Alberto e Carrillo no banco, fica um timinho”, resumiu o comentarista.
Atuação irregular e alívio no fim
Apesar da reação positiva no placar, o empate em 1 a 1 contra o América de Cali foi marcado por uma série de inconsistências que acenderam o alerta no Corinthians. A equipe entrou em campo com uma formação alternativa, impactada por seis desfalques — cinco deles considerados titulares. Sem um armador de ofício, Ramón Díaz optou por um meio-campo com três volantes e um ataque formado por Romero, Talles Magno e Héctor Hernández. A estratégia, contudo, não funcionou.
O primeiro tempo foi considerado desastroso. A defesa, especialmente a dupla Félix Torres e André Ramalho, mostrou-se desorganizada e vulnerável, permitindo sete finalizações do adversário. O gol de Ramos, que abriu o placar para os colombianos, poderia ter sido apenas o primeiro de muitos, dado o espaço concedido.
Foi somente após os 60 minutos, com as entradas de Carrillo, Yuri Alberto e Breno Bidon, que o Corinthians passou a competir de forma mais equilibrada. Carrillo, inclusive, protagonizou os lances mais agudos, criando chances e oferecendo o passe que resultou no gol de Matheuzinho, responsável por igualar o marcador.
Embora o desempenho tenha sido abaixo do ideal, o resultado foi encarado como positivo por manter o Corinthians vivo na competição e impedir que o América abrisse seis pontos de vantagem no Grupo C. “Eu considero um bom resultado”, declarou Careca, torcedor entrevistado pelo canal oficial do clube.
Contudo, o jogo evidenciou um problema estrutural: a falta de profundidade no elenco. “As peças de reposição nem sempre dão conta do recado”, destacou a análise pós-jogo. Com um calendário apertado e viagens frequentes, a comissão técnica precisará definir com clareza qual competição será priorizada — e, se a Sul-Americana é realmente o foco, como indicam os bastidores, o planejamento precisa refletir isso.
Em resumo, o Corinthians somou seu primeiro ponto na fase de grupos da Sul-Americana, mas deixou a Colômbia com a sensação de que teve mais sorte do que juízo. A reação só foi possível pela entrada do seu jogador mais determinante — fato que, para Casagrande, é incontestável: “Carrillo é o jogador mais importante do elenco”.