O comentarista Walter Casagrande não poupou palavras ao avaliar o atual momento do Corinthians, destacando especialmente a importância do goleiro Hugo. Em declaração recente, ele apontou que, mesmo em caso de uma equipe recheada de reservas, a presença do camisa 1 em campo é suficiente para manter o time competitivo.
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“Com o Hugo no gol, a diferença diminui com os reservas que estão na linha porque o Hugo pega bolas difíceis — o time fica mais competitivo mesmo sendo mais fraco com os 10 que estão no campo”, afirmou Casagrande.
O ex-jogador enfatizou a diferença de desempenho entre o goleiro e o reserva Matheus Donelli, deixando claro que a ausência do titular compromete o nível da equipe. “Sem o Hugo no gol, nada contra o Donelli, mas a diferença entre eles é enorme”, pontuou. A crítica se estendeu também ao impacto acumulado de outros desfalques importantes: “Sem Hugo no gol, sem Garro, sem Memphis, com Yuri Alberto e Carrillo no banco, fica um timinho”.
Casagrande ainda elogiou Carrillo, a quem classificou como “o jogador mais crucial do Corinthians”. Segundo ele, o peruano é quem oferece a mobilidade e a dinâmica que faltam à equipe quando ele não está em campo. “O único cara que dá dinâmica.. Ele pega, toca, sai e se apresenta”, comentou, comparando sua movimentação à de Toninho Cerezo, embora sem equiparar os níveis técnicos dos dois.
Atuação instável do Corinthians
Na terça-feira (08), o Corinthians visitou o América de Cali pela segunda rodada da Copa Sul-Americana e arrancou um empate por 1 a 1 no Estádio Pascual Guerrero. Apesar do placar ter sido considerado positivo por parte da comissão técnica, o desempenho foi bastante irregular e colocou em dúvida a consistência da equipe para o restante da competição.
A primeira etapa foi marcada por inúmeros erros defensivos. O sistema liderado por Félix Torres e André Ramalho se mostrou desorganizado, permitindo ao adversário sete finalizações, uma delas convertida em gol por Ramos. Conforme a análise pós-jogo, os colombianos poderiam ter ampliado o marcador, tamanho o espaço concedido pelo setor defensivo alvinegro.
Ramón Díaz precisou montar uma equipe alternativa, já que teve seis desfalques — cinco deles entre os titulares. A improvisação no meio-campo, que contou com três volantes (Maycon, Martínez e Ryan), somada à ausência de um armador de origem, comprometeu a fluidez ofensiva do time. No ataque, Romero, Talles Magno e Héctor Hernández iniciaram, mas não conseguiram sustentar o jogo.
A reviravolta veio apenas na segunda metade da etapa final, com as entradas de André Carrillo, Yuri Alberto e Breno Bidon. Principalmente Carrillo, que revitalizou o time com movimentação e criatividade. Foi ele quem deu o passe para Matheuzinho marcar o gol de empate, após já ter criado outras boas chances.
Embora o resultado mantenha o Corinthians vivo na briga pela classificação, o cenário expôs limitações claras no elenco, sobretudo quando os principais nomes não estão disponíveis. A situação levanta dúvidas sobre a capacidade de competir em alto nível em diferentes frentes, especialmente com o calendário apertado e pouco tempo para treinos.