Apesar do triunfo conquistado pelo Vasco da Gama na partida contra o modesto Cabello, da Venezuela, o ambiente em São Januário segue tensionado. A vitória não foi suficiente para dissipar as dúvidas em torno do trabalho de Fábio Carille, que mais uma vez foi alvo de vaias e críticas contundentes por parte dos torcedores presentes no estádio. Aliás, a insatisfação não se restringe aos cruz-maltinos das arquibancadas, mas também aos especialistas.
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Conforme apontado pelo jornalista Pedro Moreno, do Globo Esporte, o desempenho apresentado pela equipe sob o comando do técnico não justifica sua permanência no cargo. “Apesar da vitória, eu optaria pela demissão do Carille hoje, após o jogo contra o Cabello. Tá óbvio que o trabalho não tem futuro e tá apenas por um resultado negativo pro fim ser decretado. Não precisa esperar acontecer. O Vasco não desenvolveu e não se pode perder mais tempo”, afirmou Moreno, sendo direto em sua análise.
O posicionamento do comentarista reflete o sentimento de parte significativa da torcida, que mesmo diante do resultado positivo, não enxerga evolução no desempenho coletivo do time. Afinal, os momentos de instabilidade têm sido frequentes e o estilo de jogo da equipe ainda não convence. Conforme apontado por críticos e torcedores, o Vasco mostra dificuldades para propor o jogo, criar oportunidades e controlar as partidas, mesmo diante de adversários tecnicamente inferiores.
Aliás, o treinador iniciou sua entrevista coletiva se referindo diretamente às manifestações oriundas da arquibancada durante a partida e, especialmente, após o apito final.
“Sobre o torcedor, o Vasco precisa muito do torcedor. O Vasco. Então eu vejo que, quando me xingam ou xingam algum atleta, isso passa para o campo e isso não está ajudando em nada. Depois do jogo, fica à vontade. O torcedor tem todo direito, mas eles têm que entender que não está ajudando. Durante o jogo, está passando para dentro do campo e a gente sente um nervosismo desnecessário que não está nos ajudando em nada”, declarou.
O futuro de Carille no Vasco
O cenário atual, portanto, é de pressão crescente. Enquanto a diretoria opta pela manutenção do treinador, pesa a necessidade de resultados consistentes e atuações convincentes para amenizar o clima de insatisfação que, inegavelmente, já transbordou das arquibancadas para o gramado. Embora a vitória sobre o Cabello tenha interrompido uma sequência negativa, ela não foi suficiente para acalmar os ânimos.
A continuidade do trabalho de Fábio Carille depende, primordialmente, de um equilíbrio que ainda não foi alcançado. Todavia, como destacou Pedro Moreno, a espera por um novo revés para tomar decisões pode custar ainda mais ao planejamento do clube para a temporada. O Vasco vive um momento de definição — e o tempo para mudanças pode estar se esgotando.
