A Polícia Civil de Goiás deflagrou, nesta quarta-feira (09 de abril), a Operação Jogada Marcada, com o objetivo de desarticular um esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol. De acordo com as investigações, uma organização criminosa atuava no ramo das apostas esportivas e movimentou, de forma ilícita, cerca de R$ 11 milhões.
Notícias mais lidas:
O caso veio à tona após denúncia feita por Marco Antônio Maia, atual presidente do conselho deliberativo do Goianésia e ex-presidente executivo do clube. Segundo ele, em 2023, integrantes do grupo ofereceram R$ 500 mil à equipe goiana para interferir diretamente no resultado de três partidas do Campeonato Goiano. “Eles tentaram me corromper e corromper o time do Goianésia”, declarou Marco Antônio.
Ainda conforme o dirigente, os criminosos não especificaram se as manipulações envolveriam derrotas, empates, cartões ou expulsões. A proposta seria moldada de acordo com o índice de retorno nas plataformas de apostas, variando conforme o jogo. “Eles fariam uma matemática para poder ganhar mais”, explicou o denunciante, que é também delegado, mas optou por não atuar diretamente na investigação para garantir imparcialidade.
Em resposta à tentativa de aliciamento, Marco Antônio procurou as autoridades e registrou a ocorrência, o que resultou na deflagração da operação policial. “O Goianésia sempre estará à disposição para lutar contra essa fraude no futebol”, enfatizou o dirigente, reforçando o compromisso ético do clube.
A operação resultou no cumprimento de sete prisões e nove mandados de busca e apreensão em diferentes estados. Entre os detidos estão um árbitro, um ex-dirigente de clube, dois ex-jogadores e dois aliciadores, evidenciando o alcance do esquema criminoso.
A estrutura do grupo foi desvendada durante a apuração, revelando a existência de financiadores, intermediários e executores. Conforme a polícia, além dos jogadores, dirigentes e treinadores também estavam entre os alvos da organização.
Após a divulgação do caso, o Goanésia emitiu uma nota oficial, assinada por Marco Antônio Maia, e disse “seguir firme na defesa por um futebol limpo, competitivo e digno de sua torcida”.
Veja a nota completa
“O Goianésia Esporte Clube vem a público manifestar seu total repúdio a qualquer tentativa de manipulação de resultados no futebol brasileiro.
Em 2023, o presidente do Conselho do Goianésia, Marco Antônio Maia, recebeu uma proposta de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que o clube participasse de um esquema de manipulação de partidas do Campeonato Goiano. Diante da gravidade do fato e do compromisso ético que temos com o esporte, ele imediatamente comunicou as autoridades competentes, contribuindo diretamente para o desencadeamento da Operação Carta Marcada, deflagrada nesta quarta-feira, 9 de abril, pela Polícia Civil.
É importante ressaltar que, sendo também delegado de polícia, por questões de transparência e imparcialidade, Marco Antônio Maia optou por não conduzir pessoalmente a investigação, garantindo assim a integridade do processo.
O Goianésia Esporte Clube reafirma seu compromisso com a ética, a honestidade e o respeito ao futebol brasileiro. O clube não compactua com nenhuma prática que prejudique a integridade das competições e continuará colaborando com as investigações para que todos os responsáveis sejam devidamente identificados e punidos.
Seguimos firmes na defesa de um futebol limpo, competitivo e digno de sua torcida.
Goianésia Esporte Clube
Marco Antônio Maia – Presidente do Conselho”