O presidente do Conselho Administrativo do Athletico, Mário Celso Petraglia, criticou duramente a conduta do Corinthians ao comentar o processo judicial movido pelo clube paranaense. A ação cobra mais de R$12 milhões referentes à negociação do volante Alex Santana, concretizada no início de 2024. Segundo ele, “clubes vigaristas compram jogadores e não pagam ninguém”.
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Conforme revelado, o Athletico cobra judicialmente o pagamento de duas parcelas não quitadas pelo time paulista, cada uma no valor de 900 mil euros. O valor total da dívida gira em torno de 1,8 milhão de euros, o equivalente a aproximadamente R$12.372.576 na cotação vigente à época. A primeira das três parcelas, de 200 mil euros, foi paga pelo Corinthians. Já as outras duas, previstas para os dias 31 de janeiro e 12 de fevereiro deste ano, não foram quitadas. O que motivou o início do processo.
Tentativas de cobrança e ausência de respostas
A venda do atleta envolveu a assinatura de contrato por dirigentes dos dois clubes, além do próprio jogador. O acordo previa o pagamento parcelado, mas, segundo o Athletico, houve omissão por parte do Corinthians em responder às diversas tentativas de cobrança. O Furacão relatou o envio de três e-mails – datados de 31 de janeiro, 3 de fevereiro e 11 de fevereiro – direcionados ao presidente Augusto Melo, ao diretor de futebol Fabinho Soldado e ao coordenador administrativo José Carlos de Freitas Junior. Além disso, duas notificações extrajudiciais foram encaminhadas em 11 e 28 de fevereiro, sem retorno.
Diante da ausência de manifestação, o Athletico optou por acionar a Justiça comum, conforme previsto no contrato. O processo está em trâmite na 10ª Vara Cível de Curitiba, sob responsabilidade do juiz Fábio Luis Decossau Machado. Até o momento, o Corinthians não indicou advogado para o caso.
A ação inclui não apenas o valor das parcelas vencidas, mas também uma multa de 1% ao mês sobre cada uma delas, além de honorários advocatícios estipulados em, no mínimo, 10% do montante total.
Possíveis bloqueios e repercussão institucional
A fim de assegurar o recebimento do valor devido, o Athletico solicita judicialmente o bloqueio de receitas que o Corinthians tem a receber. Entre os alvos estão os repasses da Liga Forte União e da TV Record, referentes aos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, bem como a receita gerada pela venda de publicidade nas placas de seus jogos como mandante.
Em meio ao embate judicial, Petraglia também trouxe à tona o debate sobre a criação de uma liga nacional para o futebol brasileiro. Para ele, somente com a formalização de uma entidade que reúna os clubes será possível implementar regras rígidas de responsabilidade financeira. “Fora disso, dependemos da CBF”, afirmou. O Athletico é um dos principais articuladores da Liga Forte União, grupo que disputa a liderança do futebol nacional com a LiBra.
Contradição na política interna da CBF
Apesar das duras críticas à CBF, a postura recente do Athletico em apoiar a reeleição de Ednaldo Rodrigues chamou atenção. O dirigente atleticano justificou o voto favorável, alegando que a vitória da chapa era inevitável. “Ficar de fora seria suicídio! Já pagamos um preço alto por brigar com a CBF do Ricardo Teixeira e a Globo em 1997!”, declarou Petraglia.
Negócio frustrado e prejuízo financeiro
Alex Santana foi negociado com o Corinthians por cerca de R$12,3 milhões. Entretanto, mais de um ano após a venda, o Athletico afirma ter recebido apenas R$0,2 milhão, montante equivalente à primeira parcela. Essa discrepância, aliás, se tornou o estopim para as medidas judiciais adotadas.
O departamento de comunicação do Corinthians foi procurado para se manifestar sobre o caso, mas, até o momento da publicação, não apresentou resposta oficial.