O ambiente no Cruzeiro ficou ainda mais turbulento após a derrota por 2 a 1 para o Mushuc Runa, na noite de quarta-feira (09), no Mineirão, pela segunda rodada da Copa Sul-Americana. Após a partida, o goleiro Cássio não poupou críticas ao desempenho defensivo da equipe e fez um desabafo contundente ao comentar os gols sofridos.
Notícias mais lidas:
“Eu não me eximo de tomar gols, mas também temos que olhar. Olha o primeiro gol, o cara estava sozinho dentro da área. Cansa também, né? Só o Cássio, o Cássio, o Cássio. Olha como a gente toma os gols. Temos que melhorar isso”, disparou o camisa 1, visivelmente incomodado com os erros sucessivos da zaga cruzeirense.
A fala do experiente goleiro escancarou o momento delicado vivido pelo clube, que já acumula três derrotas consecutivas na temporada — para Unión, Internacional e agora para o modesto clube equatoriano, atualmente oitavo colocado no campeonato local. O revés diante do Mushuc Runa, que tem uma folha salarial dez vezes menor que a do Cruzeiro, evidenciou a fase preocupante da equipe comandada por Leonardo Jardim.
Derrota aumenta pressão e escancara falhas
Com o resultado, o Cruzeiro se tornou o lanterna do grupo E da Sul-Americana, ainda sem pontuar. O cenário obriga o time a uma campanha de recuperação nas próximas rodadas, uma vez que apenas o líder da chave avança diretamente às oitavas de final. A fraca atuação no Mineirão também foi marcada por falhas defensivas, baixa efetividade ofensiva e um domínio estéril da posse de bola.
O desempenho do time foi novamente alvo de críticas. Embora tenha tido mais posse, a equipe celeste pecou na execução das jogadas. O setor ofensivo teve dificuldades em criar oportunidades claras, e o sistema defensivo voltou a apresentar brechas preocupantes. “Erros infantis”, como definiu Cássio.
Má fase em 2025
O revés diante do Mushuc Runa consolidou a pior sequência do Cruzeiro em 2025. Em 14 partidas disputadas até agora, foram apenas quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas. O melhor momento da temporada até então ocorreu sob o comando interino de Wesley Carvalho, que conseguiu duas vitórias consecutivas — fato que ainda não se repetiu com Leonardo Jardim.
A má fase, aliás, vem desde o Campeonato Mineiro. O desempenho decepcionante no estadual já havia gerado incômodo na diretoria e na torcida, e agora se intensifica com a fraca largada na competição continental.
Bastidores de tensão
Além do desempenho em campo, o ambiente nos bastidores também não é dos melhores. O dono da SAF, Pedro Lourenço, já havia cobrado publicamente uma reação imediata. A derrota de quarta-feira apenas aumentou o clima de insatisfação. As críticas do mandatário evidenciam a frustração com o retorno até aqui dos investimentos feitos nas últimas janelas de transferências.
A pressão interna se intensifica sobre a comissão técnica e, principalmente, sobre a diretoria de futebol, que enfrenta questionamentos sobre a montagem do elenco. Conforme a análise do ge, o momento é de turbulência que exige cautela para não evoluir para uma crise institucional mais ampla.
Perspectivas e necessidade de reação
Atualmente, o Cruzeiro não apenas amarga a lanterna no grupo E da Sul-Americana, mas também iguala uma das piores marcas defensivas da última década: 13 jogos consecutivos sofrendo gols. Para mudar o rumo da temporada, será necessário mais do que discursos e cobranças públicas. O desempenho em campo precisa de ajustes urgentes — tanto na organização tática quanto no aspecto emocional.
Por ora, resta ao clube tentar conter os danos e buscar soluções que devolvam competitividade à equipe. Afinal, como destacou Cássio, “cansa também” carregar uma responsabilidade que deveria ser coletiva.