A surpreendente vitória do Central Córdoba sobre o Flamengo por 2 a 1, na quarta-feira (09), no Maracanã, não apenas interrompeu marcas invictas dos cariocas, como também teve ampla repercussão na imprensa argentina. O resultado, conquistado na segunda rodada da fase de grupos da Libertadores, foi rotulado por diversos veículos como um feito histórico, semelhante a um “Maracanazo”, dada a dimensão do adversário batido e o palco emblemático da partida.
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De acordo com o jornal Olé, “Central Córdoba e um feito histórico: venceu o Flamengo no Maracanã”, enquanto o TyC Sports descreveu a façanha como “Maracanazo de Santiago: Central Córdoba derrotou o Flamengo em casa”. A publicação La Prensa enfatizou o caráter marcante do resultado, classificando-o como “seu histórico Maracanazo”. O Clarín, por sua vez, utilizou o termo “Santiagueñazo” para enaltecer a vitória sobre o “poderoso Flamengo”.
Aliás, o Central Córdoba, que disputa sua primeira Libertadores após vencer a Copa Argentina em 2024 – título inédito em 105 anos de história –, tornou-se o primeiro clube argentino a derrotar o Flamengo no Maracanã pela competição. O feito reforça a boa fase da equipe de Santiago del Estero sob comando do técnico Omar De Felippe. “Seguimos fazendo história”, celebrou o clube em suas redes sociais.
Problemas recorrentes do Flamengo
A equipe rubro-negra voltou a apresentar falhas defensivas e ineficiência ofensiva, aspectos que têm marcado a temporada de 2025. Conforme destacou a análise do ge, a atuação contra o Central Córdoba lembrou a derrota para o Peñarol no ano anterior, quando o time carioca também foi eliminado da Libertadores em pleno Maracanã. Em ambas as ocasiões, a criação de chances foi abundante, mas o aproveitamento foi decepcionante.
A equipe de Filipe Luís, que perdeu sua invencibilidade de 27 jogos, dominou a posse de bola – alcançando 79% –, mas desperdiçou ao menos sete chances claras de gol. Juninho, Bruno Henrique, Arrascaeta e Léo Ortiz estiveram entre os principais nomes a falharem na conclusão. A primeira grande punição veio aos 38 minutos do primeiro tempo, quando Léo Pereira cometeu pênalti ao tocar com a mão na bola. Hederia converteu e abriu o placar para os argentinos.
Antes mesmo do intervalo, o Central Córdoba ampliou com Florentin, que aproveitou uma falha coletiva da defesa rubro-negra após cobrança de falta. Assim sendo, a desorganização defensiva somada à baixa efetividade ofensiva foram determinantes para a derrota.
Na volta do intervalo, o Flamengo promoveu mudanças: entraram Wesley, Pulgar e Gerson, e a equipe ganhou mais intensidade. Houve até bola no travessão e novas chances com Plata e Wesley, mas, apesar da melhora, o gol só saiu aos 15 minutos com De la Cruz, em cobrança de falta que tocou no travessão antes de entrar. A partir dali, entretanto, o fôlego caiu. Pedro, que retornou aos gramados após quase sete meses, teve atuação discreta, sem finalizações perigosas.
Em resumo, embora o Flamengo tenha sido superior em estatísticas, a derrota deixou evidente um problema que já se repete com frequência: um time que domina as ações, mas não traduz o volume em gols. “A responsabilidade é minha”, afirmou Filipe Luís ao justificar as escolhas feitas na escalação.
A repercussão entre os torcedores também foi significativa. Vaias ecoaram no estádio tanto no intervalo quanto após o apito final, sinalizando o descontentamento diante do desempenho e da postura em campo. Afinal, se o Campeonato Brasileiro segue como prioridade, os tropeços na Libertadores passam a ameaçar esse planejamento.