A crise interna no Corinthians ganhou um novo desdobramento com o afastamento preventivo de Romeu Tuma Jr do cargo de presidente do Conselho Deliberativo. A decisão foi tomada na noite de quarta-feira (09 de abril) pela Comissão de Ética e Disciplina do clube, que atendeu a pedidos formais do presidente Augusto Melo e do conselheiro Roberto Willian Miguel, conhecido como Libanês. Com três votos a favor e um contrário, a medida foi aprovada, enquanto o presidente da comissão, Roberson Medeiros, se absteve por força estatutária.
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A medida tem caráter liminar, ou seja, é provisória. Conforme o processo seguir, Romeu Tuma Jr poderá apresentar nova defesa, testemunhas e documentos. Posteriormente, a decisão da comissão ainda precisará passar pelo crivo do plenário do Conselho Deliberativo. A defesa alega que não há previsão estatutária para esse tipo de afastamento e afirma que a Comissão não tem competência para aplicar a penalidade cautelar, cabendo essa decisão ao plenário.
Tuma, que vinha conduzindo um processo de impeachment contra Augusto Melo, já estava em rota de colisão com o presidente do clube. Segundo a denúncia, ele teria agido de forma parcial na condução dos trabalhos do Conselho e prejudicado a imagem da instituição com declarações públicas. A maioria dos membros da comissão considerou que sua permanência agravaria esses problemas.
Procurado, Romeu Tuma Jr declarou: “Não fui informado, acho uma aberração isso ser julgado sem eu estar presente na reunião porque pedi para ser notificado, até para alegar suspeição de membros da Comissão. Não quero comentar antes de ter acesso a esta decisão. Estou abismado e vou procurar saber em detalhes os fatos”.
Eleito no início de 2024 para um mandato de três anos, Tuma agora avalia entrar com uma ação judicial para tentar retomar o posto. Votaram a favor do afastamento os conselheiros Mario Mello Junior, Paulo Juricic e Ronaldo Fernandez Tomé. O único voto contrário foi do conselheiro Rodrigo Vicente Bittar.
A situação ocorre enquanto o clube apura um possível rombo financeiro não registrado no balanço de 2023, fato que também tem causado tensão nos bastidores. Assim, o cenário político no Parque São Jorge permanece turbulento, com disputas internas intensas e novos desdobramentos previstos nos próximos dias.