Jornalista sai em defesa do Flamengo de Filipe Luís após derrota na Libertadores

Filipe Luís durante jogo entre o Flamengo x Bahia (Foto: Gilvan de Souza/CRF)

A derrota do Flamengo para o Central Córdoba por 2 a 1, na noite de quarta-feira (09), no Maracanã, pela segunda rodada da Libertadores, rendeu diversas análises e críticas. No entanto, o comentarista da CazéTV, Gabriel Simões, adotou uma visão menos alarmista quanto ao desempenho coletivo da equipe rubro-negra. Para ele, o resultado foi mais fruto de episódios pontuais do que de uma atuação ruim como um todo.

“Não achei o desempenho do Flamengo tão ruim. Criou, teve chances e o maior mole defensivo foi realmente no segundo gol. O primeiro sai num pênalti fortuito. Claro que quando você perde por 2 a 0 no 1T tem problemas, mas acho o desafio pra virar mais psicológico do que futebolísticos”, declarou o comentarista, ao avaliar a postura do time mesmo diante de um placar adverso no intervalo.

Assim sendo, Simões pontuou que, apesar da pressão, a produção ofensiva existiu e que os erros determinantes para o revés foram localizados. Para ele, o desafio maior no segundo tempo estava na capacidade de reação mental do elenco.

Ineficiência ofensiva comprometem planejamento

Embora o olhar de Gabriel Simões traga certa atenuação, a realidade dos fatos mostra um Flamengo que repete erros já conhecidos na temporada. A atuação diante do Central Córdoba evidenciou, mais uma vez, um problema crônico: a dificuldade em transformar volume de jogo em gols.

A equipe, comandada por Filipe Luís, teve amplo domínio de posse — 79% ao longo da partida — e criou diversas oportunidades claras, mas falhou na finalização. Juninho, Bruno Henrique, Arrascaeta e Ortiz tiveram boas chances de abrir o placar antes de Léo Pereira cometer um pênalti com toque de mão dentro da área. O rival argentino não desperdiçou e abriu o marcador.

Posteriormente, o Flamengo sofreu um segundo golpe. Em uma cobrança de falta, a defesa rubro-negra teve uma pane coletiva, permitindo que Florentin aumentasse a vantagem. Com isso, o primeiro tempo se encerrou em 2 a 0 para os visitantes, que souberam explorar as fragilidades defensivas do time carioca, sobretudo em lances de bola parada.

Apesar disso, o Flamengo ainda buscou reagir na segunda etapa. Filipe Luís realizou três alterações logo no intervalo: Wesley, Pulgar e Gerson substituíram Varela, Evertton Araújo e Juninho. O time voltou mais agressivo, criando boas chances — inclusive com uma bola no travessão de Wesley e finalizações de Plata. A pressão inicial, contudo, não se sustentou.

O único gol rubro-negro saiu aos 15 minutos do segundo tempo, em cobrança de falta de De la Cruz, que bateu no travessão antes de entrar. Ainda assim, o time não conseguiu manter o ímpeto ofensivo e continuou vulnerável aos contra-ataques do Central Córdoba.

A entrada de Pedro, aos 28 minutos do segundo tempo, marcou o retorno do atacante após sete meses fora por lesão. No entanto, ele teve participação discreta e sequer finalizou com perigo.

O clima de frustração se refletiu nas arquibancadas. As vaias ouvidas no intervalo e ao final da partida mostraram que os torcedores exigem mais da equipe em todas as competições. Conforme apontado na análise, embora o foco principal do Flamengo em 2025 seja o Campeonato Brasileiro, tropeços como o desta quarta-feira aumentam a pressão por resultados também na Libertadores.

Baixa efetividade preocupa para sequência

A derrota para o Central Córdoba marcou o fim de uma invencibilidade de 27 jogos de Filipe Luís como técnico. Anteriormente, a equipe vinha de vitórias magras, que já acendiam o alerta quanto à eficiência no ataque. Neste confronto, além da conhecida dificuldade em balançar as redes, a defesa também apresentou falhas graves, algo raro até então sob o comando do ex-lateral.

A forma como o time cedeu os dois gols mostra que há ajustes a serem feitos tanto na recomposição quanto no posicionamento em lances de bola parada. O segundo gol, sobretudo, escancarou um problema coletivo.

Em resumo, a partida contra o Central Córdoba expôs uma combinação perigosa: um time que cria mas não converte e que, ao mesmo tempo, começa a apresentar instabilidades defensivas. Se a equipe não corrigir essas deficiências, corre o risco de comprometer o planejamento da temporada em duas frentes.