A derrota do Flamengo para o Central Córdoba por 2 a 1, na noite de quarta-feira (09 de abril), no Maracanã, foi marcada não apenas pela perda da invencibilidade sob o comando de Filipe Luís em 2025, mas também por duras críticas quanto à condução técnica da equipe. O comentarista Arnaldo Ribeiro, do UOL, foi incisivo ao classificar como “soberba” a decisão do treinador ao escalar uma formação alternativa no duelo pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.
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Conforme apontado por Arnaldo, “a estratégia inicial do Flamengo passou pela soberba ou por subestimar o adversário”. Para ele, a ausência de nomes como Gerson, Wesley e Pulgar entre os titulares foi determinante para o resultado negativo. “Quando acordou, já tinha tomado um gol de pênalti, e naquele momento final do primeiro tempo em que o técnico vai pensando o que fazer, ele toma o segundo gol de bola aérea”. Ainda segundo ele, o erro de avaliação custou caro: “Quando foi tentar corrigir, colocar a tropa de choque no intervalo, era tarde demais”.
Ainda que tenha criado boas oportunidades, a equipe rubro-negra esbarrou em uma atuação frágil de seu sistema defensivo e pecou pela falta de pontaria. A exemplo de partidas anteriores, o time dominou a posse de bola e empilhou chances desperdiçadas — sem conseguir transformar esse domínio em vantagem no placar.
Ao todo, foram ao menos quatro boas finalizações no primeiro tempo, com chances claras nos pés de Juninho, Bruno Henrique, Arrascaeta e Léo Ortiz. Contudo, um toque de mão de Léo Pereira dentro da área resultou em pênalti convertido por Hederia, e, logo depois, uma falha generalizada na marcação permitiu que Florentin ampliasse a vantagem do time argentino.
O segundo tempo foi iniciado com mudanças importantes promovidas por Filipe Luís: Wesley, Pulgar e Gerson entraram nas vagas de Varela, Evertton Araújo e Juninho. As substituições trouxeram, a princípio, mais presença ofensiva ao Flamengo. Plata, por exemplo, teve duas boas finalizações, e Wesley acertou o travessão. Entretanto, a vulnerabilidade defensiva permaneceu latente, e o time carioca seguiu exposto aos contra-ataques do Central Córdoba.
Aos 15 minutos da etapa final, De la Cruz marcou em cobrança de falta e diminuiu o placar. Mesmo com a entrada de Pedro — que retornava de lesão após quase sete meses — aos 28 minutos, o Flamengo não conseguiu reverter o resultado. Pedro, inclusive, pouco foi acionado e não teve oportunidades claras para finalizar.
Filipe Luís assume responsabilidade
Em entrevista após o jogo, Filipe Luís reconheceu a responsabilidade: “A responsabilidade é minha”. A declaração, embora esperada, ocorre em meio a uma crescente pressão sobre o desempenho da equipe na competição continental. Afinal, a derrota dentro de casa compromete a tranquilidade do grupo C, onde o Flamengo agora ocupa a terceira posição, atrás de LDU e Central Córdoba, ambos com quatro pontos.
O cenário, que parecia controlado no sorteio da fase de grupos, passa a exigir respostas rápidas. Conforme destacou Arnaldo Ribeiro, “a gordura da vitória na estreia se esvaiu”, e a equipe precisa somar pontos em confrontos mais duros, como o que ocorrerá fora de casa diante da LDU.
Por fim, vale ressaltar que os problemas enfrentados não se limitam ao jogo contra o Córdoba. O Flamengo tem demonstrado um padrão de desempenho inconsistente: domina a posse, mas sofre para transformar esse domínio em gols. Em algumas ocasiões, como nas vitórias anteriores, a equipe contou com uma dose de sorte para garantir o resultado. Dessa vez, como indicou a cabeçada de Bruno Henrique na trave aos 51 minutos, a sorte não apareceu no Maracanã.