O narrador esportivo Rômulo Mendonça, reconhecido por sua atuação marcante nas transmissões da NBA e por seu estilo irreverente, fez um desabafo incisivo sobre a falta de união entre os profissionais da narração esportiva no Brasil. Durante uma fala recente, ele apontou o que considera um cenário preocupante na categoria, marcado por vaidades e ausência de solidariedade entre colegas de profissão.
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De forma direta, Rômulo criticou o comportamento dos narradores, destacando a ausência de organização coletiva e a falta de engajamento na luta por melhores condições de trabalho. “A classe é desunida. Narradores não se unem. É egocentrismo e conversinha fiada. O máximo que se tem é grupo de whatsapp, uns e outros, só para fazer fofoca. Ninguém se une para ajudar ou contestar a imprensa, seja também para ajudar os de menos nomes, que estão tentando se provar. É só para fofoquinha”, afirmou.
Crítica à cultura profissional do meio
As declarações de Rômulo expõem uma frustração que, segundo ele, vai além de questões pontuais. Conforme destacou, a cultura da autopromoção e da competição interna prejudica a possibilidade de avanços estruturais e coletivos dentro do segmento.
Rômulo Mendonça criticou a quantidade de jogos narrados por Rogério Vaughan na última semana.
— Narradores Brasileiros (@NarradoresB) April 9, 2025
Rogério, narrou 7 jogos, na quinta-feira passada chegou a narrar 2 no mesmo dia. pic.twitter.com/4H05HSZNds
Esse posicionamento lança luz sobre um problema que, embora muitas vezes silenciado, parece ser recorrente nos bastidores da imprensa esportiva. Afinal, enquanto há mobilizações em outras áreas da comunicação e até do esporte por direitos e valorização profissional, o segmento da narração esportiva aparenta, segundo Rômulo, seguir um caminho inverso.
O isolamento de profissionais menos reconhecidos
Outro ponto sensível abordado por Rômulo é o abandono, segundo ele, dos narradores em início de carreira ou que ainda buscam reconhecimento no mercado. Conforme suas palavras, falta apoio e abertura por parte dos nomes já estabelecidos. “Ninguém se une para ajudar os de menos nomes, que estão tentando se provar”, criticou, destacando a ausência de uma rede de amparo entre os profissionais.
Um chamado por mudanças estruturais
Embora o desabafo tenha sido pontuado por críticas duras, ele também representa um apelo por transformação. Rômulo Mendonça, aliás, é conhecido por não se esquivar de temas polêmicos e por manter uma postura crítica diante das estruturas do jornalismo esportivo. Suas falas sugerem, então, a necessidade de uma reavaliação coletiva sobre o papel dos narradores não apenas como vozes do entretenimento, mas como agentes de mudança dentro da própria categoria.