A declaração de Denílson para Zubeldía, do São Paulo

Denílson em participação no programa Jogo Aberto (Foto: Reprodução/Band)

O empate em 2 a 2 entre São Paulo e Alianza Lima, na noite de quinta-feira (10), no Morumbis, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores, repercutiu de forma intensa nos bastidores do futebol. O resultado, embora não represente desastre em termos de tabela, teve sabor amargo para os torcedores são-paulinos. Afinal, o time comandado por Luis Zubeldía vencia com tranquilidade até que o próprio treinador passou a ser o protagonista de decisões controversas, duramente criticadas por comentaristas e analistas.

Um dos principais nomes a vocalizar essa insatisfação foi Denílson, comentarista da TV Globo e ex-jogador. Durante sua análise, ele não poupou críticas ao técnico argentino. “Pra que tirar o Ferreirinha do jogo? Me fala. O cara mete dois gols e, faltando 35 minutos, ele vai e tira o Ferreirinha. Colocou o Wendel. Resultado? Tomou empate. É, Zuba… vou te falar… sei não, irmão. Pra que, irmão? Você tira o melhor jogador do jogo, traz o time pra cima, o cara jogando muito nesse final. Meu Deus do céu, valeu Zuba”, disparou Denílson, inconformado com a escolha do comandante tricolor.

Primeiro tempo de domínio

O São Paulo teve uma atuação convincente durante os 45 minutos iniciais. Conforme foi observado na partida, o time demonstrou superioridade técnica, sustentada principalmente por boas atuações individuais. O meio-campista Marcos Antônio se destacou ao controlar o ritmo do jogo com lucidez, sendo peça fundamental na distribuição das jogadas e nas transições ofensivas.

Além disso, Ferreirinha, escalado como titular pela primeira vez na temporada, foi o grande nome da noite. Revelado pelas categorias de base do Grêmio, ele marcou os dois gols do Tricolor, mostrou desenvoltura no “um contra um” e bom posicionamento ofensivo, sendo decisivo em ambas as finalizações.

Mudança que alterou o curso da partida

Apesar da boa vantagem construída e do controle evidente da partida, o cenário mudou drasticamente a partir da segunda metade do segundo tempo. Zubeldía optou por retirar Ferreirinha de campo aos 20 minutos da etapa final. Em seu lugar, entrou o lateral-esquerdo Wendel. A escolha por reforçar a marcação pelo lado do campo trouxe consequências negativas. A equipe perdeu agressividade no setor ofensivo, recuou excessivamente e acabou permitindo que o adversário se sentisse confortável em campo.

Embora a entrada de Wendel tivesse o intuito de renovar o fôlego defensivo e fechar o lado esquerdo, foi justamente por ali que o Alianza Lima criou suas melhores chances e marcou os dois gols do empate. O time peruano, mesmo com cinco desfalques, soube aproveitar a instabilidade técnica e tática do São Paulo, que se limitou a acompanhar o avanço adversário sem conseguir reagir com consistência.

Decisões colocam Zubeldía sob pressão

A atuação segura do São Paulo no primeiro tempo contrastou diretamente com a passividade da equipe na reta final. De forma inegável, as substituições realizadas por Zubeldía não surtiram o efeito esperado. Pelo contrário: desorganizaram a equipe e ampliaram a exposição defensiva. O treinador ainda demorou a encontrar alternativas após o impacto das mudanças, o que agravou o problema.

Assim sendo, o resultado que poderia consolidar o time na ponta da tabela acabou sendo frustrante. Sobretudo pelo fato de a equipe ter demonstrado domínio técnico até a metade do segundo tempo. A abdicação precoce da posse de bola e da ofensividade — até então bem executadas — comprometeu o desempenho coletivo.

Próximo desafio

O São Paulo volta a campo no domingo (13), às 17h30, quando enfrenta o Cruzeiro novamente no Morumbis, dessa vez pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Zubeldía, que foi expulso no jogo contra o Atlético Mineiro, não estará à beira do campo.

Portanto, a semana será de ajustes e reflexões. Afinal, o empate em casa pela Libertadores deixa evidente que o técnico terá de revisar suas escolhas estratégicas, principalmente em jogos decisivos. A expectativa, aliás, gira em torno de como o time responderá às críticas e se o treinador argentino buscará alternativas mais eficazes de controle de jogo nas próximas partidas.