O confronto entre Colo-Colo e Fortaleza, válido pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores, terminou de maneira inesperada na noite de quinta-feira (10 de abril), em Santiago. A partida foi suspensa após uma invasão de campo protagonizada por torcedores do clube chileno, o que gerou tensão entre os jogadores e a arbitragem. O vidro que separava a arquibancada do gramado foi quebrado, resultando em uma fuga imediata do elenco do Fortaleza rumo ao vestiário.
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Após pressão dos jogadores de ambos os clubes, que não queriam retomar o embate, a Conmebol se manifestou e cancelou a partida.
Partido cancelado entre Colo-Colo y Fortaleza pic.twitter.com/FfBTabCqXk
— CONMEBOL Libertadores (@Libertadores) April 11, 2025
A especialista em arbitragem Renata Ruel, que cobria o jogo na ESPN, comentou sobre o regulamento e deu sua opinião em relação ao cenário do jogo e quais seriam os próximos passos.
“Se por causas alheias aos clubes ou razões de força maior, a partida iniciada for suspensa de maneira definitiva, deve prosseguir em 1ª instância, dentro de 24 horas seguintes à suspensão. Se não for possível, a critério da Comnebol, será marcada uma data diferente, completando os minutos faltantes e mantendo-se o resultado e planilha de jogo no momento da suspensão, salvo momento diferente determinado pela Conmebol, de acordo com circunstâncias”.
“Caso dessa forma se resolva, o jogo recomeça a partir dos 24 minutos do segundo tempo, dentro de 24 horas. Se for em outra data, continua do tempo em que parou, com os jogadores que estavam em campo, com as substituições que faltavam, conforme a situaçao da partida no momento da suspensão”, explicou a especialista.
Agora, a suspensão definitiva é diferente do cancelamento da partida. O cancelamento não retorna o jogo. No regulamento diz que “nos casos em que a interrupção for imputida aos clubes ou às pessoas que possam ser responsáveis regulamentar ou disciplinarmente, sera aplicado o código disciplinar, além de pagar todos os custos pelo cancelamento da mesma”.
Dessa forma, o jogo vai pra julgamento. Se entender-se que o Colo-Colo foi responsável, pode perder o jogo por 3 a 0 e os pontos. Precisa-se entender os próximos passos do julgamento.
O CASO
A situação, que já era tensa desde antes do apito inicial por conta da contratação de Lucero pelo Fortaleza — atacante que deixou o Colo-Colo recentemente —, se agravou após objetos serem arremessados por torcedores na direção do banco de reservas. Segundo testemunhas, Deyverson chegou a mostrar alguns desses objetos ao árbitro logo no início do segundo tempo, sinalizando a gravidade do clima no estádio Monumental.
O presidente do Colo-Colo, ao se pronunciar sobre o episódio, classificou os acontecimentos como “absolutamente lamentáveis” e afirmou que o clube “não compactua com qualquer tipo de violência”. Ainda segundo ele, a invasão foi uma reação descontrolada diante de informações externas sobre a morte de dois torcedores, atropelados nas imediações do estádio. “Foi uma noite muito difícil para todos nós”, declarou.
O dirigente chileno reforçou que a diretoria já está colaborando com as autoridades locais para apurar os incidentes. “Nos comprometemos a tomar medidas rigorosas para identificar e punir os responsáveis”, garantiu. Ele também lamentou a interrupção da partida, que estava sendo disputada em um momento considerado decisivo para o grupo.
A Conmebol ainda não se manifestou oficialmente sobre a continuidade ou remarcação do jogo. A expectativa agora gira em torno do parecer da entidade sobre as consequências disciplinares, tanto para o Colo-Colo quanto para o Fortaleza.
Por fim, o clube chileno pediu desculpas ao Fortaleza e ao público em geral, reiterando seu repúdio a qualquer ato de violência nos estádios.