Felipe Anderson, aos 31 anos, começa a viver seu melhor momento com a camisa do Palmeiras. Após uma temporada inicial marcada por inconstâncias, lesões e adaptações forçadas a diferentes funções, o meia-atacante reencontrou seu espaço ideal no campo e, consequentemente, o bom desempenho. A atuação contra o Cerro Porteño pela Libertadores, na quarta-feira (09), foi um marco simbólico desta virada, coroada com uma assistência decisiva e elogios públicos do técnico Abel Ferreira.
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Contratado em abril de 2024 com status de grande reforço, Felipe Anderson teve início apagado no Verdão. Apesar da expectativa elevada, sua produtividade caiu em meio à forte concorrência no setor ofensivo, especialmente com nomes como Vitor Roque e Paulinho, recém-chegados ao elenco. Além disso, sofreu com pequenas lesões que comprometeram sua sequência e na adaptação à função na ponta esquerda, diferente da que o consagrou na Europa, também contribuiu para o baixo rendimento.
Contudo, a realidade começou a mudar quando Abel Ferreira decidiu reposicioná-lo. A utilização mais centralizada ou pela faixa direita do campo — onde teve suas melhores temporadas pela Lazio — permitiu que o atleta resgatasse características fundamentais do seu jogo, como a condução em velocidade, a visão de passe e a participação mais direta nas jogadas ofensivas.
Reconhecimento técnico e confiança renovada
Após a vitória contra o Cerro Porteño, Abel admitiu publicamente sua parcela de responsabilidade nas dificuldades iniciais do jogador: “Esse ano, pelas lesões que tivemos, ele jogou de 7, 11, 10… E, se calhar, tem sido um dos jogadores que mais tenho prejudicado pelo que a equipe precisa”. O treinador ainda acrescentou que Felipe “pode jogar muito bem ali, até fechar o corredor como lateral”, destacando sua versatilidade, vigor físico e qualidade técnica.
Felipe Anderson entrou em campo ainda no primeiro tempo, substituindo Raphael Veiga, lesionado. Desde então, foi peça importante na dinâmica ofensiva alviverde, participando ativamente do jogo, vencendo duelos no chão e distribuindo bons passes — além da assistência que garantiu a vitória. O próprio atleta reconheceu o peso do momento: “Quando eu vim, eu queria vencer com o Palmeiras. Trabalho dia e noite para demonstrar isso em campo […] Creio que fluirá esse ano”.
Números e sequência como titular
Antes do confronto com o Cerro Porteño, o último envolvimento direto em gol havia sido em outubro de 2024, quando deu assistência para Estevão na vitória por 5 a 3 sobre o Juventude. Desde sua chegada, acumula 33 partidas, dois gols e três assistências. Já em 2025, participou de nove jogos, sendo cada vez mais utilizado na rotação do elenco, inclusive suprindo ausências de jogadores como Mauricio e Veiga.
A ausência de Veiga, com luxação no ombro, abre espaço para que Felipe Anderson iniciar como titular no Dérbi contra o Corinthians, marcado para este sábado (12), às 18h30, na Arena Barueri. É, inegavelmente, a chance de consolidar sua retomada em um momento chave da temporada.
Contexto favorável e planejamento tático
Além das mudanças individuais, o atual contexto do Palmeiras favorece o meia. A formação com três zagueiros, cada vez mais frequente nas escalações de Abel, demanda peças móveis e multifuncionais no meio e nas alas. Com Mayke e Marcos Rocha lesionados, e Giay ainda instável, Felipe Anderson desponta como opção sólida, principalmente pelo lado direito.
Em resumo, o reencontro de Felipe com sua melhor versão passa por um conjunto de fatores: paciência do comando técnico, redefinição de função, recuperação física e, acima de tudo, perseverança. Como declarou Abel Ferreira, “é bom vê-lo mais dinâmico, feliz”. O meia parece pronto para transformar expectativas frustradas em protagonismo real, algo que os torcedores já começam a reconhecer — e o Palmeiras, por consequência, a colher.