Ex-companheiro de Messi e Cristiano Ronaldo é investigado pelo Ministério Público

bandeira da Argentina (Foto: Reprodução)

As autoridades italianas estão conduzindo uma nova investigação que coloca o futebol profissional novamente sob os holofotes por motivos extracampo. Desta vez, os alvos incluem os argentinos Ángel Di María e Leandro Paredes, ambos investigados por suspeita de envolvimento com plataformas ilegais de apostas.

Envolvimento de jogadores renomados

Conforme divulgado, Di María, atualmente no Benfica, e Paredes, que defende a Roma, estariam entre os doze jogadores que, entre dezembro de 2021 e outubro de 2023, teriam recorrido a sites clandestinos para realizar apostas em diferentes modalidades esportivas, inclusive em partidas de pôquer. A investigação também envolve outros nomes conhecidos do futebol europeu, como Weston McKennie, Nicolò Zaniolo, Alessandro Florenzi, Mattia Perin, Raoul Bellanova e Samuele Ricci.

Ainda que não haja indícios, até o momento, de que as apostas tenham sido realizadas em partidas de futebol das quais participaram diretamente, o uso de plataformas ilegais pode configurar infração disciplinar. A Federação Italiana de Futebol (FIGC) poderá aplicar penalidades administrativas, como multas de até 250 euros e, eventualmente, sanções mais severas conforme os desdobramentos do processo.

Impacto anterior e vigilância crescente

Essa nova leva de investigações surge meses após dois casos de grande repercussão. Em outubro de 2023, Sandro Tonali (Newcastle) e Nicolò Fagioli (Fiorentina) foram suspensos por 10 e 7 meses, respectivamente, devido à prática de apostas ilegais. Tonali admitiu ter apostado em jogos de suas ex-equipes, enquanto Fagioli revelou sofrer de vício em apostas, com dívidas superiores a três milhões de euros.

Esses episódios provocaram uma resposta mais rigorosa das entidades reguladoras do futebol europeu. Assim sendo, aumentaram-se as medidas de monitoramento e prevenção em torno do uso de sites não autorizados por jogadores profissionais. Afinal, mesmo que as apostas não envolvam diretamente resultados de partidas sob influência dos investigados, a utilização dessas plataformas é expressamente proibida pelas normas disciplinares da FIGC.

Silêncio dos envolvidos

Ángel Di María, que atuou pela Juventus entre 2022 e 2023 antes de retornar ao Benfica, ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso. O mesmo vale para Leandro Paredes, companheiro de seleção e ex-colega de Di María na equipe de Turim, atualmente sob contrato com a Roma. Aliás, até o momento, nem Benfica nem Roma emitiram comunicados oficiais acerca da situação dos atletas.

Eventualmente, a repercussão dessa nova fase da investigação poderá influenciar o planejamento esportivo das equipes envolvidas, sobretudo se houver aplicação de sanções temporárias. Por ora, o que se tem são apurações em curso, e a expectativa de que as autoridades italianas aprofundem a análise dos dados coletados.

Contexto do escândalo

A prática de apostas ilegais entre atletas profissionais não é um tema novo, mas tem ganhado maior visibilidade devido à digitalização das plataformas e ao volume crescente de dinheiro envolvido. O caso envolvendo Di María e Paredes ocorre num cenário de alerta máximo entre federações, clubes e dirigentes. Em síntese, trata-se de uma ofensiva por parte das autoridades para proteger a integridade do esporte.

Segundo veículos internacionais, as investigações foram conduzidas com base em rastreamento digital de acessos às plataformas e movimentações financeiras suspeitas. Por conseguinte, a participação dos atletas mencionados será apurada individualmente, e não se descarta a possibilidade de novos nomes surgirem ao longo da apuração.

O desfecho da investigação ainda é incerto. Contudo, o episódio reitera a necessidade de medidas de conscientização e controle mais rígidas nas estruturas do futebol profissional. O caso de Di María e Paredes não é isolado, mas representa mais uma etapa de um problema estrutural que desafia a ética e a transparência no esporte.