O Fortaleza divulgou uma nota oficial na qual afirma ter prestado suporte direto aos torcedores que estiveram presentes no Estádio Monumental David Arellano, no Chile, durante a confusão ocorrida na partida contra o Colo-Colo, válida pela fase de grupos da Libertadores. ““Funcionários e membros da delegação do Fortaleza Esporte Clube estão prestando apoio e oferecendo suporte aos torcedores Tricolores presentes no Estádio Monumental David Arellano, no Chile. “Após a confusão iniciada por torcedores do Colo-Colo, o clube tem ajudado a tranquilizar e garantir a segurança de nossos torcedores que seguem nas arquibancadas até uma saída 100% segura”, informou o Tricolor ainda na noite da última quinta-feira (10).
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Aliás, a atuação imediata da delegação tricolor visou garantir que os torcedores brasileiros permanecessem em segurança nas arquibancadas até que fosse viabilizada uma evacuação controlada e segura do estádio. O incidente ocorreu na noite de quinta-feira (10), quando torcedores do Colo-Colo invadiram o campo e arremessaram objetos na direção do gramado, o que levou à suspensão da partida.
Caos dentro e fora do estádio
Durante o segundo tempo, quando o placar estava empatado em 0 a 0, a confusão tomou grandes proporções. Vidros que separavam as arquibancadas do campo foram quebrados, forçando os jogadores do Fortaleza a deixarem o gramado correndo em direção aos vestiários. A arbitragem, igualmente, se retirou do local. Conforme relatado por testemunhas e veículos de imprensa, membros da delegação do time chileno tentaram conter os invasores.
O CEO da SAF do Fortaleza, Marcelo Paz, lamentou os episódios de violência. “Tem uma questão específica aqui no Chile. A polícia não pode entrar no estádio. Quem faz a segurança do estádio é segurança privada. Isso causa um pouco mais de dificuldade”, explicou.
Deyverson, atacante do Fortaleza que estava no banco de reservas, chegou a mostrar objetos lançados pela torcida chilena ao árbitro logo no início do segundo tempo. Ainda assim, a partida só foi interrompida após a invasão de torcedores ao gramado.
Mortes do lado de fora e revolta da torcida
Enquanto os episódios violentos ocorriam dentro do estádio, fora dele, dois torcedores do Colo-Colo, de 13 e 18 anos, morreram após serem atropelados por uma viatura da polícia local. Segundo relatos da imprensa chilena, os incidentes provocaram revolta em parte da torcida, o que contribuiu para a escalada do tumulto.
De acordo com o Ministério Público do Chile, a confusão começou ainda nos arredores do estádio, quando um grupo de torcedores tentou invadir o Monumental. Cerca de dez pessoas foram detidas, e feridos foram levados a unidades de saúde.
Cancelamento e futuro indefinido da partida
A Conmebol anunciou oficialmente o cancelamento da partida devido à falta de garantias de segurança por parte do clube mandante e das autoridades locais. Em comunicado ao Fortaleza, a entidade explicou que todos os procedimentos previstos no manual da competição foram cumpridos, e que a responsabilidade pela deliberação sobre a continuidade ou cancelamento definitivo do jogo foi repassada ao Comitê Disciplinar.
“O caso será remetido aos Órgãos Judiciais da CONMEBOL para futuras determinações. Todas as informações sobre os eventos que ocorreram dentro e fora do estádio serão encaminhadas ao Comitê Disciplinar da Confederação Sul-Americana de Futebol”, apontou a nota oficial da entidade.
Portanto, ainda não há uma definição sobre a possibilidade de remarcação do confronto. Caso o Colo-Colo seja considerado responsável pela interrupção, o Fortaleza poderá ser declarado vencedor, embora nenhuma decisão tenha sido tomada até o momento.
Críticas à estrutura de segurança
Marcelo Paz também ressaltou as limitações da estrutura de segurança no futebol chileno. “A polícia não estará com nossa delegação nem com a nossa torcida”, afirmou o dirigente, expressando preocupação com a ausência de apoio policial dentro do estádio, onde a responsabilidade é atribuída à segurança privada.
Nesse cenário, a atuação do clube cearense se concentrou em assegurar o bem-estar de seus torcedores e atletas, enquanto se aguarda a apuração dos fatos e as providências cabíveis por parte das autoridades locais e da Conmebol.