Vanderlei Luxemburgo se posicionou publicamente após a suspensão temporária de seis comentaristas da ESPN, medida tomada logo após críticas feitas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O episódio, que gerou ampla repercussão no meio esportivo, envolveu uma edição especial de programa que discutia uma reportagem da Revista Piauí sobre condutas da atual gestão da entidade máxima do futebol nacional.
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Os comentaristas afastados foram Dimas Coppede, Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares. Conforme apuração, a direção da ESPN decidiu retirá-los do ar por dois dias com a justificativa de que a emissora não havia sido informada previamente sobre o conteúdo e o formato da referida edição. A alegação oficial apontou que o afastamento ocorreu para garantir o alinhamento com os processos internos da empresa.

Os seis profissionais voltaram ao ar na quinta-feira (10 de abril), conforme informado por veículos de imprensa. A rápida reintegração, entretanto, não impediu o surgimento de debates sobre liberdade de imprensa e pressões externas sobre a cobertura jornalística. O episódio teve como um dos principais críticos o ex-treinador Vanderlei Luxemburgo, que usou suas redes sociais para se manifestar.
“Queria mostrar minha solidariedade aos jornalistas da ESPN que foram afastados de um programa, porque a CBF fez pressão em cima de um contrato com a própria emissora. Tem que ter a liberdade de expressão”, afirmou Luxemburgo, que também fez questão de levantar uma reflexão sobre a reação dos próprios profissionais atingidos pela medida.
Aliás, Luxemburgo foi direto ao questionar se os comentaristas teriam coragem de se posicionar contra a empresa que os afastou. “Cobram tanto posicionamento da gente. Nós somos solidários, se posicionem, mas agora quero saber o seguinte: vocês vão se posicionar contra quem afastou vocês? Ou vocês são funcionários da empresa e não podem falar?”, questionou o treinador.
O episódio, portanto, reacende o debate sobre a autonomia editorial nas emissoras esportivas e os limites entre relações comerciais e independência jornalística. Embora todos os envolvidos tenham retornado ao trabalho, o caso continua a repercutir, principalmente pela insatisfação expressa por nomes respeitados do cenário esportivo, como Luxemburgo, que chamou a atenção para a necessidade de coerência entre discurso e prática dentro da mídia esportiva nacional.