
O empate em 2 a 2 entre São Paulo e Alianza Lima, na noite de quinta-feira (10 de abril), no Morumbis, pela segunda rodada da Libertadores, gerou enorme insatisfação entre os torcedores tricolores. O presidente da torcida organizada Independente foi enfático ao criticar as decisões do técnico Luis Zubeldía. “Não dá pra aceitar o time recuar tanto dentro de casa, com a partida na mão. A culpa é toda dele”, declarou, visivelmente contrariado, em desabafo após o apito final.
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De fato, a reação negativa tem fundamento. O São Paulo abriu vantagem e controlava o jogo até que Zubeldía optou por substituições que alteraram completamente a dinâmica da equipe. A principal delas foi a saída de Ferreirinha, autor dos dois gols da equipe, que vinha sendo o destaque da partida. A troca pelo lateral Wendell foi vista como conservadora, pois ocasionou um recuo tático que ofereceu campo ao adversário. O setor esquerdo, onde Wendell foi escalado, tornou-se vulnerável, e os dois gols da equipe peruana tiveram origem justamente por ali.
Antes das alterações, o Tricolor apresentava bom desempenho, sobretudo pelo protagonismo de Marcos Antônio no meio-campo. Com movimentação intensa, o meia distribuiu o jogo com inteligência e ajudou a controlar o ritmo da partida. Similarmente, Lucas Ferreira, que fazia sua estreia como titular, mostrou desenvoltura, criando jogadas ofensivas, atraindo a marcação e oferecendo alternativas criativas no ataque.
Contudo, as decisões do técnico argentino colocaram o São Paulo em situação desconfortável. Conforme os minutos avançavam, a equipe demonstrou dificuldade para se reorganizar defensivamente e perdeu o controle do jogo. O Alianza Lima, mesmo com cinco desfalques, cresceu e aproveitou as fragilidades tricolores.
Zubeldía, ao justificar a substituição de Ferreira, alegou preocupação com desgaste físico e risco de lesão. Ainda assim, o impacto negativo da alteração foi inegável. “Quinze minutos ruins nos custaram o resultado”, disse o técnico em entrevista pós-jogo.

Enquanto isso, a torcida demonstrava frustração não apenas com o empate, mas com o que consideraram um desperdício de uma vitória praticamente assegurada. “A estratégia conservadora do técnico jogou fora o esforço da equipe. Isso é inaceitável numa Libertadores”, reclamou outro torcedor próximo ao portão principal do estádio.
Com o empate, o São Paulo soma apenas dois pontos em dois jogos e, atualmente, vê sua classificação no grupo ameaçada. O próximo desafio será no domingo (13 de abril), contra o Cruzeiro, às 17h30 (horário de Brasília), no Morumbis, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. No entanto, Zubeldía não estará à beira do campo, pois cumpre suspensão após expulsão na rodada anterior diante do Atlético Mineiro.
Por fim, o sentimento que paira no Morumbis é de desapontamento. Afinal, o Tricolor tinha a vitória nas mãos, mas, por decisões técnicas questionáveis, viu o resultado escapar. O gosto amargo do empate se mistura à pressão que já se forma em torno do trabalho do novo treinador, que ainda busca convencer o torcedor de que tem o comando necessário para conduzir o time com firmeza nas competições da temporada.