Bruno Lage, ex-Botafogo, entra na Justiça e cobra R$ 46 milhões prometidos por Textor

Bruno Lage durante um jogo do Wolverhampton (Crédito: Divulgação/ Wolverhampton)

O técnico português Bruno Lage, que comandou o Botafogo entre julho e outubro de 2023, entrou com um processo judicial contra John Textor, dono da SAF do clube carioca. A ação foi protocolada na Justiça da Inglaterra, onde Lage cobra o equivalente a R$ 46 milhões por uma suposta quebra de acordo contratual. Segundo o treinador, havia um compromisso de que ele assumiria o comando técnico do Lyon ou do Crystal Palace entre janeiro e abril de 2024.

Conforme os documentos anexados no processo, a proposta de trabalho envolveria um vínculo de duas temporadas e salário anual de 2,75 milhões de libras, livres de impostos, tanto para Lage quanto para sua comissão técnica. Como não foi oferecida a oportunidade dentro do prazo estipulado, o português reivindica agora o valor integral previsto, somado a juros e despesas judiciais.

O contrato previa ainda uma cláusula de compensação inversa. Caso Lage assumisse outro clube fora do grupo multiclubes de Textor nesse mesmo período, deveria pagar 2,75 milhões de libras ao empresário. No entanto, ele permaneceu sem clube até setembro de 2024, quando foi contratado pelo Benfica, onde segue atualmente.

Enquanto isso, os dois clubes mencionados na proposta passaram por mudanças. O Crystal Palace trocou de técnico em fevereiro de 2024, quando Oliver Glasner assumiu a vaga de Roy Hodgson. O Lyon manteve Pierre Sage como interino por vários meses antes de efetivá-lo, embora ele tenha sido demitido em janeiro de 2025.

A Eagle Football, holding de Textor, se manifestou por meio de nota, afirmando que “Bruno Lage não tem direito contratual aos valores reivindicados”. A empresa declarou ainda que pretende contestar a ação judicial e buscar ressarcimento pelos custos do processo, embora mantenha a disposição para diálogo com o treinador.

A passagem de Lage pelo Botafogo foi marcada por instabilidade. Apesar de assumir o time na liderança do Brasileirão, os resultados não foram consistentes: cinco vitórias, sete empates e quatro derrotas. Após um empate contra o Goiás, sem Tiquinho Soares entre os titulares, o português foi demitido.