A partida entre Colo-Colo e Fortaleza, válida pela Conmebol Libertadores, foi marcada por episódios de violência e tensão fora das quatro linhas. Antes mesmo do início do confronto, dois torcedores do time chileno morreram nas imediações do Estádio Monumental, em Santiago. Segundo o Ministério Público do Chile, ambos foram atropelados por um veículo policial utilizado para dispersão com bombas de gás. Um dos jovens tinha apenas 13 anos, o outro, 18.
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A situação gerou forte reação da torcida organizada Garra Blanca, que responsabilizou diretamente a polícia chilena pelas mortes. “Vingança! Duas vidas valem mais que três pontos”, afirmou o grupo por meio de comunicado. Ainda segundo a torcida, essa não seria a primeira vez que ações policiais resultam em tragédias nas redondezas do estádio. “Dois menores assassinados por esses uniformizados. Faltaram totalmente aos protocolos, se eles tiverem algum”, denunciou o grupo.
A revolta se intensificou com a convocação de manifestações em todo o país. A Garra Blanca pediu que torcedores se reúnam para velar os jovens mortos e exigir investigações sobre a conduta das forças de segurança. Enquanto isso, a partida foi suspensa aos 27 minutos do segundo tempo, após uma invasão de campo. Antes disso, torcedores já haviam tentado entrar à força no estádio.
A Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile (ANFP) repudiou a violência e cobrou do Estado a criação de leis que aprimorem a segurança nos eventos esportivos. A entidade destacou a urgência em transformar o Registro Nacional de Torcidas em legislação vigente, a fim de prevenir novos episódios como o ocorrido.
Aliás, o clima de instabilidade se refletiu em outras áreas do clube. Durante o caos, um ginásio das categorias de base do Colo-Colo foi invadido e uniformes foram furtados. O chefe de segurança dos estádios do Chile renunciou ao cargo no dia seguinte, em meio às críticas e à pressão por mudanças.
Por fim, o caso gerou ampla repercussão. Entidades esportivas e autoridades exigem respostas. A Conmebol analisará os eventos e caberá ao seu Comitê Disciplinar decidir se o duelo será remarcado. O Colo-Colo, inclusive, pode ser punido pela entidade sul-americana, o que amplia ainda mais a gravidade da situação.