Na quarta-feira (9), o Flamengo perdeu para o Central Córdoba por 2 a 0, em jogo válido pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. A derrota deixou torcedores inconformados, e muitos rubro-negros vaiaram após o apito final.
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Comentaristas também analisaram o momento do clube, e o jornalista Mauro Cezar, na Jovem Pan, detonou a atual atmosfera de torcedores, que se diverte no estádio, não apoia o time e é flagrado ‘sorrindo’ durante uma derrota.
Para ele, o presidente Luiz Eduardo Baptista é diretamente responsável pela postura. Veja a opinião completa.
Opinião de Mauro Cezar
“Comparado com o ingresso caro, com a elitização. A elitização do Maracanã é uma coisa cada vez mais, assim, escancarada. E aí você vê, final do primeiro tempo, quando as câmaras buscam, todo mundo rindo, tirando o selfie. Cara, 2 a 0 para o Central Córdoba, o cara tem que estar cuspindo abelha africana, com raiva ali, sabe? E preparando o gó gó para o segundo tempo, se esgoelar para o time virar o jogo. As duas maiores torcidas do Flamengo não participam, estão banidas há anos, a Raça e a Jovem, e o Flamengo não se empenha na volta das duas. Aí você vai falar, “ah, mas a violência”. Não estou falando da violência, estou falando da falta que elas fazem na arquibancada. Pega a torcida do Corinthians, que tpa todo mundo falando do jogo contra o Palmeiras, e tira Gaviões da Fiel, a Camisa 12, a Estopim e o pessoal da pavilhão. Tira, tira as torcidas, deixa só as menorzinhas ali que não tem muita… Vê o que acontece. Muda a atmosfera, gente. Tira a Mancha lá, que está lá, a Mancha (Verde) está hoje no Allianz Parque, ela só não está identificada. Tira do Allianz Parque e vê se vai ter, não tem, o Flamengo está andando sem a Raça, sem a Jovem, e o Flamengo não se empenha”, iniciou:
“O Botafogo, a Fúria Jovem já voltou, a Força Jovem do Vasco já voltou, os clubes apoiaram, houve um acordo com a justiça, com a polícia, para que eles se comportem, digamos assim. Gente, isso faz falta na arquibancada. Vai no jogo da Bombonera, tira a ‘La Doze’. Vai no jogo lá no River Plate, no Monumental, tira Los Borrachos del Tablón. Vai no jogo do Racing, tira La Guardia Imperial. Isso é no mundo inteiro, cara. Você tira a torcida organizada, você não tem atmosfera. Você não tem gritos, você não tem pressão. Você não tem quem puxa, você tem a turma da Fla-Selfie, cada vez mais numerosa. O pessoal tá rindo. Ai eu pergunto: ‘tá rindo de quê?’. Sai de casa, 21h30 da noite, choveu pra caramba no Rio, pagou ingresso caro”.
“Flamengo tá tomando de 2 a 0 de Central Córdoba, você tá achando graça? Tá rindo? Porque assim, eu sou de um tempo que no intervalo desse tá todo mundo cuspindo a abelha africana. É um intervalo de raiva. E quando vem o segundo tempo, é se esguelar até o final. Isso é o torcedor, né? Flamengo, hoje tem pouca gente disposta a fazer isso. E a diretoria não parece, pelo menos o presidente do clube, nas suas declarações, não parece estar nem um pouco preocupado com essa questão. Isso tudo pesa. Isso tudo pesa e pesa muito”, disse.