Corinthians tem rombo financeiro e situação se complica; entenda

Torcida do Corinthians (Foto: Rorigo Coca/Agência Corinthians)

Nos últimos dias, o Corinthians tem enfrentado um ambiente interno de grande turbulência, marcado por intensas reuniões e trocas de acusações entre membros da atual e da antiga diretoria. O foco do embate gira em torno de um possível rombo financeiro relacionado ao balanço de 2023, cuja extensão ainda está sendo apurada. Estima-se que o valor possa variar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, embora existam fontes que mencionem números ainda maiores.

As divergências se acirraram após a identificação de dívidas que, segundo a nova gestão, deveriam ter sido registradas anteriormente como provisões para contingências. Esse procedimento contábil, obrigatório para passivos com alta probabilidade de perda judicial, teria sido negligenciado na época. Wesley Melo, ex-diretor financeiro, rebate as acusações com veemência: “Não vou admitir, e irei até as últimas consequências possíveis se esta diretoria, de forma arbitrária, tentar reabrir as demonstrações financeiras de 2023”.

A gestão de Augusto Melo, por sua vez, aponta que recebeu um clube financeiramente fragilizado e argumenta que os problemas herdados explicam o aumento expressivo da dívida no primeiro ano de seu mandato. Ainda assim, o atraso na entrega do balanço de 2024, cuja apresentação ao Conselho de Orientação estava prevista para 1º de abril, agrava o cenário de instabilidade.

Roberto Gavioli, que atuou como gerente financeiro até junho de 2024, também participou das conversas no Parque São Jorge. Contudo, segundo relato de Melo, os documentos apresentados pela atual diretoria foram “relatórios não oficiais” e “análises paralelas”, sem comprovação efetiva das alegadas falhas.

Aliás, a tensão se intensificou com a contratação da consultoria de Eliseu Martins, respeitado especialista em contabilidade, para emitir parecer técnico sobre a possibilidade de reabrir o balanço anterior. A medida, embora possível, é incomum e pode gerar ainda mais desgaste político.

Enquanto isso, conselheiros e opositores acusam a atual gestão de utilizar a controvérsia como manobra para encobrir os próprios erros administrativos. A crise financeira e institucional, portanto, segue como um dos principais desafios para o clube neste momento.