A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu adotar uma nova diretriz para o uso do árbitro de vídeo (VAR) no Campeonato Brasileiro. A proposta, conforme anunciado pela comissão de arbitragem, visa transformar o VAR em uma ferramenta mais assistiva e menos interventiva durante as partidas. A mudança será implementada a partir de treinamentos já agendados para a próxima semana, no Rio de Janeiro.
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A iniciativa surge, sobretudo, como resposta a polêmicas recentes e busca devolver ao árbitro de campo a centralidade nas decisões. “A ideia é tirar do VAR o papel de atuação superior ao árbitro de campo”, informou a comissão técnica responsável, indicando que o árbitro de vídeo não deve reavaliar lances que já foram observados diretamente pelo juiz no gramado. Assim sendo, o VAR deverá atuar de forma mais contida, servindo de apoio pontual em momentos críticos previstos no protocolo oficial.
Esses momentos incluem quatro situações específicas: gols (ou não gols), pênaltis, cartões vermelhos e erros de identidade. Dentro desses cenários, será permitido que o árbitro central solicite uma revisão no VAR caso perceba inconsistências na própria decisão, promovendo, então, uma via de mão dupla entre campo e vídeo. Dessa maneira, a comunicação entre os árbitros será fortalecida, ao passo que se preserva a autonomia do juiz principal.
A CBF, aliás, antecipou o início de um ciclo de ações formativas que, inicialmente, estava previsto para ocorrer apenas no meio do ano. O motivo da antecipação está relacionado a falhas recentes na arbitragem. Logo na segunda rodada do Brasileirão, dois episódios geraram grande repercussão: a marcação de um pênalti favorável ao Palmeiras contra o Sport e a expulsão de um jogador do Cruzeiro diante do Internacional. Ambos os casos resultaram no afastamento das equipes de arbitragem envolvidas.
Nesse novo ciclo, os árbitros passarão por treinamentos integrais, divididos em três turnos, o que representa uma tentativa clara da entidade de induzir práticas mais profissionais no setor. Conforme informado, essas mudanças visam aumentar o número de decisões corretas, ainda que o tempo de revisão possa, eventualmente, ser maior. “Queremos mais acertos, mesmo que isso exija mais tempo de análise em determinados lances”, declarou um integrante da comissão.
Portanto, a CBF procura, com essa reformulação, não apenas recuperar a confiança dos torcedores na arbitragem brasileira, mas também estabelecer um padrão mais técnico e transparente para o uso do VAR. Em síntese, o foco agora é transformar o árbitro de vídeo em um verdadeiro suporte e não mais em protagonista de decisões decisivas dentro de campo.