A demissão de Pedro Caixinha do comando técnico do Santos, anunciada na segunda-feira (14), escancarou não apenas a instabilidade vivida pelo clube em campo, mas também levantou debates sobre a força de bastidores que Neymar e seu pai, Neymar da Silva Santos, exercem na atual estrutura santista. O episódio reacendeu uma discussão recorrente: até que ponto figuras externas ao departamento de futebol devem interferir nas decisões estratégicas de um clube?
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A queda do treinador português era vista como previsível, sobretudo pelos maus resultados. Caixinha assumiu o clube com a expectativa de consolidar um elenco considerado equilibrado, mas sua passagem terminou sem deixar legado técnico. Entretanto, para Miltone Neves, o centro do debate se desloca para outro ponto: a participação direta e indireta de Neymar e seu pai no cotidiano alvinegro.
O comunicador, em tom irônico, indicou o empresário – e pai – do camisa 10 como sucessor de Caixinha no comando técnico do Santos, que, em sua análise, vai de mal a pior. “Quem sabe assim seu filho se sinta ainda mais dono do clube…”, disparou Milton comentar a hipótese.
O retorno do camisa 10 à Vila Belmiro, mesmo que pontual e em meio a um processo de recuperação física, não passou despercebido. Afinal, a presença do jogador e a movimentação fora de campo despertaram mais atenção do que seu desempenho técnico.
Dados do Sofascore mostraram que Neymar acertou apenas 73% dos passes, perdeu dois cruzamentos, errou o único passe longo, e finalizou apenas uma vez no jogo contra o Fluminense, no Maracanã. A atuação, aliás, foi marcada por mais gestos de irritação com a arbitragem e interação com torcedores do que efetivamente por produtividade ofensiva.
Retorno de Neymar ao Brasileirão
Neymar voltou a atuar pelo Santos na noite de domingo (13), em duelo contra o Fluminense, após mais de um mês se recuperando de lesão. O jogo, realizado no Maracanã, terminou com vitória da equipe carioca por 1 a 0, em confronto marcado tanto pelo retorno do camisa 10 quanto por sua atuação discreta e momentos de tensão dentro de campo.
O atacante, que se recuperava de um problema no músculo posterior da coxa esquerda, retornou aos treinamentos na última semana. Por isso, iniciou a partida no banco de reservas e foi acionado no intervalo, sob vaias da torcida tricolor, para substituir Thaciano.
Nos dribles, o atacante tentou seis vezes e obteve sucesso em apenas duas ocasiões. No quesito passes, o rendimento foi ligeiramente melhor: acertou 16 de 22 tentativas. Ainda assim, não conseguiu mudar o cenário da partida, que já se mostrava desfavorável à equipe da Vila Belmiro.
Neymar foi um dos jogadores que mais sofreram faltas, com um total de seis infrações cometidas contra ele. Uma das divididas mais intensas ocorreu com Samuel Xavier. O lateral-direito do Fluminense caiu com as mãos no rosto após receber uma cotovelada do atacante santista, que se aproximou visivelmente irritado e o xingou ao pé do ouvido. A atitude resultou na aplicação de um cartão amarelo ao jogador do Santos.
Situação na tabela
Com a derrota, o Santos permanece com apenas um ponto conquistado nas três primeiras rodadas, ocupando a 18ª posição e, portanto, dentro da zona de rebaixamento. O Fluminense, por sua vez, chegou aos seis pontos e subiu para a quinta colocação na classificação do Brasileirão.