Vídeo: o recado de Mauro Cezar Pereira direcionado a Filipe Luís, do Flamengo

Mauro Cesar em Programa pela Jovem Pan - Foto: Reprodução/Jovem Pan

Em meio às reações inflamadas à derrota do Flamengo na Libertadores, na quarta-feira (09), e à euforia com a vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio, neste domingo (13), o jornalista Mauro Cezar Pereira ofereceu um contraponto ponderado sobre o trabalho do técnico Filipe Luís. Durante suas declarações, o comunicador reconheceu falhas pontuais na condução de partidas, mas alertou para os extremos — tanto na crítica quanto na exaltação — que, segundo ele, cercam o início da trajetória do ex-lateral como treinador da equipe rubro-negra.

“É um certo exagero, assim. Acho que as críticas, precisamente ao jogo de quarta-feira, elas são pertinentes, eu mesmo as fiz, mas também não é pra achar que nada presta”, afirmou Mauro Cezar.

Conforme pontuado pelo comentarista, parte da análise negativa sobre Filipe Luís foi estimulada pela expectativa irreal gerada antes mesmo da estreia em um cenário internacional. Para Mauro, houve precipitação nas avaliações, tanto no momento em que se cogitou o nome do treinador para a seleção brasileira, quanto agora, após a primeira derrota de impacto.

“Primeiro exagero de querer ir na seleção sem nunca ter treinado o time num jogo internacional, sem nunca ter sofrido uma derrota. Foi batizado quarta-feira uma derrota por repercussão, sem nunca ter cometido um erro assim tão grave”, completou.

“Um técnico inexperiente”

Embora admita que Filipe Luís errou, Mauro pondera que isso faz parte do processo natural de formação de um técnico, sobretudo alguém com pouca experiência prática. Aliás, ele ressalta que há uma tentativa velada de descredenciar o treinador, talvez motivada pelo temor de que seu projeto possa realmente funcionar.

“Isso já foi uma precipitação, mas tentativa também de esvaziar o Flamengo com o receio de dar muito certo, né? […] Ele é um técnico, queira ou não, inexperiente. Vai cometer erros, cometeu erros nesse jogo, mas não significa que nada preste, pelo amor de Deus.”

Por outro lado, Mauro também criticou a euforia quando os resultados são positivos, indicando que há pouca moderação no acompanhamento da evolução do trabalho. Essa dualidade é evidenciada, segundo ele, pela facilidade com que o discurso muda de entusiasmo absoluto para catástrofe.

“Como também nada tão maravilhoso assim, perfeito.”

@jovempanesportes @maurocezar000 comenta sobre o Flamengo de Filipe Luís. #Flamengo #Futebol #FilipeLuís ♬ som original – jovempanesportes

Modelo de jogo e méritos em campo

Sob a ótica tática, Filipe Luís tem estruturado o Flamengo com um estilo peculiar e moderno. De acordo com análise publicada pelo colunista Carlos Eduardo Mansur, o time demonstra domínio na arte de “atrair para acelerar” — um conceito que descreve a maneira como o rubro-negro manipula a pressão adversária para gerar espaços e acelerar a transição ofensiva.

Essa abordagem ficou evidente na recente vitória sobre o Grêmio, em que o Flamengo, mesmo pressionado, construiu jogadas a partir de recuos controlados. Em uma dessas situações, o goleiro Rossi esperou a aproximação da marcação adversária antes de reiniciar a construção com De La Cruz, que iniciou uma jogada com movimentações coordenadas até o gol de Arrascaeta.

Além disso, o time de Filipe Luís se aproveita das movimentações de seus meias e atacantes que atraem os defensores para criar brechas às costas da zaga rival. Esse recurso se repetiu diversas vezes contra o Grêmio e é uma das marcas registradas do modelo atual.

No entanto, mesmo com o bom desempenho tático, há lacunas no elenco que comprometem a efetividade das jogadas. O próprio Mansur observou que o número de finalizações no primeiro tempo daquela partida foi baixo, apesar do controle da posse e do território.

“É muito pouco não só diante do domínio, mas diante da quantidade razoável de ataques que se insinuavam perigosos, mas não terminavam em arremate.”

O trabalho de Filipe Luís

A avaliação do trabalho de Filipe Luís no Flamengo exige equilíbrio. Mauro Cezar, embora crítico quando necessário, destaca que é cedo para conclusões definitivas. Afinal, o técnico está em fase inicial de carreira, ainda assimilando os desafios de liderar uma equipe de alto nível sob constante vigilância pública.

Por outro lado, análises técnicas, como a de Carlos Eduardo Mansur, ajudam a compreender que há virtudes sólidas no estilo de jogo implementado. A capacidade de controlar o ritmo da partida e atrair o adversário para depois explorar os espaços é um avanço tático inegável, mesmo que ainda demande ajustes — especialmente no setor de finalizações.