A publicação de PVC sobre a chegada de Jorge Sampaoli ao Santos

Paulo Vinicius Coelho em programa do Sportv - Foto: reprodução

O retorno de Jorge Sampaoli ao comando do Santos tem ganhado força e se tornou o principal assunto nos bastidores da Vila Belmiro. Após a saída de Pedro Caixinha, a diretoria santista intensificou o contato com o técnico argentino, que, inclusive, já participou de uma reunião virtual com dirigentes na noite de segunda-feira (14). O argentino teria demonstrado interesse imediato em assumir o cargo, sendo tratado como plano A pelo presidente Marcelo Teixeira.

A movimentação, que ocorre em meio à busca do clube por um treinador de peso, também acontece após recusas de nomes como Dorival Jr. e Tite. Assim, a figura de Sampaoli, que foi vice-campeão brasileiro em 2019 à frente do próprio Santos, volta a ser cogitada como peça-chave para liderar o elenco que, agora, conta com a presença de Neymar em seu retorno ao Brasil.

Ainda que o clima entre o clube e o treinador seja de sintonia — reforçado por declarações elogiosas de Sampaoli ao Santos, como a feita no aniversário do clube, quando disse que o time “guardou um lugar em sua história para eu ser feliz” —, nem todos veem com bons olhos essa reaproximação. Um dos que emitem alertas importantes é o jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC.

Em sua coluna, PVC destaca que Sampaoli, apesar de ser um técnico de ideias fortes e responsável por dar visibilidade às categorias de base do Santos em sua primeira passagem, tem um perfil que contrasta com o atual momento do clube.

“O problema é que o Santos atual precisa de alguém que participe do seu projeto de reconstrução com ideias claras sobre como jogar, reformar o Centro de Treinamento, os métodos de captação de jogadores jovens e contratações que se encaixem no modelo. Alguém que fale e também escute. Sampaoli não é este cara”, afirmou o colunista.

Segundo PVC, o treinador argentino é conhecido por ser um profissional de comportamento excêntrico, marcado por decisões radicais e relações turbulentas com dirigentes e jogadores. “Sampaoli é assim mesmo: não escuta e segue”, apontou, referindo-se ao título de sua biografia. Embora o jornalista reconheça seu valor teórico como estrategista, ele também ressalta que, na prática, trata-se de um técnico que coleciona desafetos.

Aliás, esse comportamento difícil de lidar já foi observado em passagens anteriores por Flamengo, Atlético-MG e até no próprio Santos. “É genial e genioso, o que dificulta as relações de trocas de experiências, tão necessárias neste momento”, acrescentou PVC. Para ele, o clube vive uma crise de identidade e precisa se reencontrar em campo, mais do que buscar soluções carismáticas no banco.

Conforme o jornalista, a presença de Neymar aumenta as expectativas da torcida, que voltou a sonhar com um Santos protagonista. Contudo, ele adverte que é necessário lembrar a realidade da equipe, que acaba de retornar à Série A e precisa, primordialmente, se estabilizar. “O Santos só precisa ser Santos. Não está fácil”, escreveu.

Por fim, PVC reconhece que ninguém, até hoje, captou tão bem o espírito santista quanto Sampaoli. Mas, ao mesmo tempo, adverte que o clube necessita de um treinador disposto a construir em conjunto, com escuta ativa e engajamento estrutural — algo que, segundo ele, o argentino não demonstra estar preparado para oferecer.