O Real Madrid entra em campo nesta quarta-feira (16) com a missão complexa de reverter uma desvantagem de três gols diante do Arsenal, pelas quartas de final da Liga dos Campeões. E se o desafio coletivo já é considerável, o panorama individual de Vinicius Junior torna o cenário ainda mais simbólico. Referência do clube espanhol, o atacante brasileiro enfrenta um período de intensa cobrança, especialmente após atuações abaixo das expectativas em partidas recentes da Champions.
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Atualmente, Vini Jr é amplamente reconhecido como um dos jogadores mais influentes do futebol mundial. Tamanha expectativa que o cerca tem intensificado as interpretações críticas, principalmente àquelas oriundas da imprensa e da torcida espanhola.
No primeiro confronto contra o Arsenal, por exemplo, o atacante teve uma performance apagada: nenhum chute no alvo, 62% de acerto nos passes e três dribles sem êxito. Apesar disso, ele segue como o jogador com mais dribles nesta edição da Champions, somando 81 tentativas, além de dividir a artilharia do Real no torneio com Mbappé, ambos com sete gols.
Análise do desempenho
Vinicius Junior participou de 45 jogos na atual temporada, marcou 20 gols e deu 12 assistências — resultando numa média de 0,71 contribuição direta para gols por partida. Embora essa média seja ligeiramente inferior à de anos anteriores, os números demonstram constância.
Aliás, em 2023/24, o rendimento lhe rendeu o título de melhor jogador do mundo. Portanto, afirmar que o brasileiro vive um “momento de baixa” talvez seja precipitado, considerando o histórico recente e o peso das exigências.
A declaração de Zé Roberto
Essa linha de raciocínio é defendida por Zé Roberto, ex-jogador com passagens por clubes como Flamengo, Palmeiras, Bayern de Munique e o próprio Real Madrid. Para ele, as críticas carecem de proporcionalidade: “Vinicius Junior vive um momento bem peculiar na temporada. Mas se a gente olha friamente os números e a influência dele nos jogos grandes, ainda é decisivo. Ele tem gols e atuações importantes na Champions. Continua sendo um dos jogadores mais temidos do mundo em duelos individuais”, avaliou.
Zé Roberto ainda acrescentou que a cobrança sobre Vinicius parece extrapolar o razoável: “Chamar isso de ‘momento de baixa’ talvez seja exagero, considerando o nível de exigência que colocam sobre ele. É como se ele tivesse que ser genial o tempo inteiro, o que é praticamente impossível”. Por fim, o ex-meia destacou que “a régua com ele é alta porque ele é gigante”.
Pressões internas e externas
A ausência do prêmio Bola de Ouro no fim de 2024 contribuiu para um novo ciclo de críticas ao jogador. Conforme apontado pelo jornal “Marca”, houve queda nos números de gols e assistências após o resultado da premiação. Segundo o jornalista Aritz Gabilondo, do diário “As”, o desgaste emocional é um fator latente:
“Está mais obcecado e ansioso desde que não ganhou a Bola de Ouro. Seu rendimento caiu, principalmente em 2025, e isso começa a incomodar até internamente no clube.”
Para o comentarista Carlos Eduardo Mansur, a equipe depende fortemente das individualidades, o que amplifica o impacto das variações de forma: “Em muitos jogos Vinicius não teve contexto favorável para o seu jogo. O que não o exime de responsabilidades, claro.”
Ele ainda ressaltou que “tudo o que envolve Vinicius na Espanha tende ao exagero e a um rigor excessivo pelo personagem que ele construiu. Sua luta quase solitária contra o racismo o colocou sob holofotes exagerados de uma sociedade que viu privilégios brancos sendo contestados.”
Determinação intacta
Fontes próximas ao jogador garantem que ele está “super tranquilo” para o duelo contra o Arsenal. E o próprio histórico recente na Champions respalda essa confiança: entre as quartas e a final da última edição, Vini Jr somou três gols e duas assistências, sendo protagonista na conquista do título.