Chelsea gasta 467 milhões, mas não é para contratar nem pagar salários de jogadores; entenda

Escudo do Chelsea (Foto: Reprodução)

A Federação Inglesa de Futebol (FA) revelou nesta semana o balanço oficial dos pagamentos realizados por clubes ingleses a agentes de jogadores entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025. Os dados indicam um total superior a 409 milhões de libras — o equivalente a cerca de R$ 3,1 bilhões — desembolsado pelas equipes das principais divisões do futebol do país. Neste cenário, o Chelsea se destacou como o clube que mais gastou com comissões a empresários, atingindo a marca de 60,3 milhões de libras, cerca de R$ 462,6 milhões na cotação atual.

Esse valor coloca o clube londrino no topo da lista pelo segundo ano consecutivo, mesmo após uma redução de aproximadamente 15 milhões de libras em comparação com o período anterior. A gestão de Todd Boehly, proprietário do Chelsea desde a aquisição por meio de um consórcio norte-americano, já acumula um total superior a 179 milhões de euros destinados ao pagamento de comissões desde que assumiu o comando do clube.

Contratação de Pedro Neto se destaca

No recorte das movimentações mais significativas, a aquisição do atacante Pedro Neto junto ao Wolverhampton se destacou como a contratação mais cara do Chelsea nas duas últimas janelas. O clube investiu mais de 63 milhões de euros pelo jogador português, consolidando a operação como uma das mais expressivas do ciclo analisado.

Enquanto isso, Omar Marmoush, contratado pelo Manchester City por cerca de 70 milhões de euros, figura como a transação de maior valor em toda a Premier League no mesmo intervalo.

Ainda que o Chelsea mantenha o posto de maior pagador de comissões, a redução nos valores repassados a agentes sinaliza uma tentativa de reequilíbrio financeiro. O esforço se alinha ao contexto mais amplo do clube, que, conforme divulgado anteriormente, busca ajustar sua estrutura orçamentária para evitar penalizações relacionadas às normas do fair play financeiro e garantir a presença em competições europeias.

Manchester City e Manchester United completam o pódio

Na sequência do ranking, o Manchester City aparece como o segundo clube com maior gasto, com 52,1 milhões de libras direcionados a agentes, seguido pelo Manchester United, que investiu 33 milhões de libras em comissões. Aston Villa (25,1 milhões), Newcastle (24,4 milhões), Arsenal (22,8 milhões) e Liverpool (20,8 milhões) também estão entre os clubes que mais movimentaram recursos com representantes de atletas.

Por outro lado, clubes como West Ham, Tottenham e Brighton encerram o top 10 da lista, com cifras entre 16 e 19 milhões de libras. Os dados abrangem não apenas a Premier League, mas também as cinco divisões profissionais masculinas e as duas principais categorias femininas do futebol inglês.

Contexto e repercussões

O levantamento divulgado pela FA reforça a crescente influência dos agentes no mercado do futebol britânico. O Chelsea, em especial, tem enfrentado críticas e debates sobre sua política agressiva de contratações e remuneração de empresários. Ainda assim, o clube parece caminhar para um ajuste gradual, sem abrir mão da competitividade no mercado de transferências.

Aliás, a liderança repetida do Chelsea neste aspecto sinaliza uma abordagem distinta em relação à concorrência, embora com esforços recentes para racionalizar gastos. “Mesmo no topo da lista, conseguimos reduzir os valores investidos nesse tipo de despesa”, indicaram fontes ligadas à administração do clube.